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Desafio de Escrita

Tema 2.2 Mariana

08
Fev20

Naquele dia não só recebi uma SMS do meu namorado a dizer acho que é melhor acabarmos, como consegui a proeza de cair com o pé torto por baixo do furico.

Ora, claro que fui parar ao hospital, não é? Bom… Cinco horas à espera, pulseira verde no pulso, dores no pé.

Passadas as cinco horas fui atendida. Era um médico estrangeiro, talvez na casa dos quarenta.

— Boa noite. Então, o que lhe aconteceu?

— Olhe, caí… E agora dói-me muito o pé!

— Hum… Então vamos lá ver esse pézinho. Dispa as calças.

— Como?

— As calças, menina, tire-as.

Assim fiz... Só que ao tirá-las percebi que era noite de lua cheia. As minhas pernas estavam num estado crítico, percebem?

Vermelha que nem um tomate comecei a tirar lentamente as calças, o que poderia ter sido bem sensual, se não tivesse tantos pêlos à mistura! Olhei tímida para o médico que rapidamente passou os olhos das minhas pernas para a minha cara. Ainda procurei algo na sua expressão, mas não encontrei; o homem estava sério, mas quando os nossos olhares se cruzaram lançou-me um sorriso simpático. “Deixa-te de merdas, ele é médico, já viu milhares de gajas com pêlos, não é esse o foco dele” afirmei mentalmente.

Terminei de tirar as calças e deixei que ele me avaliasse o presunto. Uma entorse.

Levantamo-nos juntos e eu dei-lhe um aperto de mão.

— Obrigada, doutor.

Virei costas e comecei a andar para a porta.

— Espere!

Voltei a olhar para ele e reparei que a sua mão segurava um chupa-chupa amarelo. Toda eu virei um ponto de interrogação. Ao perceber a minha confusão, o médico prontamente justificou:

— É um miminho por não se ter depilado! *risos*

E eu saí do consultório a rir por fora mas a chorar por dentro.

 

Tema da semana: É que isso de médicos, nunca fiando

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