Tema 2.2 Mariana
Naquele dia não só recebi uma SMS do meu namorado a dizer acho que é melhor acabarmos, como consegui a proeza de cair com o pé torto por baixo do furico.
Ora, claro que fui parar ao hospital, não é? Bom… Cinco horas à espera, pulseira verde no pulso, dores no pé.
Passadas as cinco horas fui atendida. Era um médico estrangeiro, talvez na casa dos quarenta.
— Boa noite. Então, o que lhe aconteceu?
— Olhe, caí… E agora dói-me muito o pé!
— Hum… Então vamos lá ver esse pézinho. Dispa as calças.
— Como?
— As calças, menina, tire-as.
Assim fiz... Só que ao tirá-las percebi que era noite de lua cheia. As minhas pernas estavam num estado crítico, percebem?
Vermelha que nem um tomate comecei a tirar lentamente as calças, o que poderia ter sido bem sensual, se não tivesse tantos pêlos à mistura! Olhei tímida para o médico que rapidamente passou os olhos das minhas pernas para a minha cara. Ainda procurei algo na sua expressão, mas não encontrei; o homem estava sério, mas quando os nossos olhares se cruzaram lançou-me um sorriso simpático. “Deixa-te de merdas, ele é médico, já viu milhares de gajas com pêlos, não é esse o foco dele” afirmei mentalmente.
Terminei de tirar as calças e deixei que ele me avaliasse o presunto. Uma entorse.
Levantamo-nos juntos e eu dei-lhe um aperto de mão.
— Obrigada, doutor.
Virei costas e comecei a andar para a porta.
— Espere!
Voltei a olhar para ele e reparei que a sua mão segurava um chupa-chupa amarelo. Toda eu virei um ponto de interrogação. Ao perceber a minha confusão, o médico prontamente justificou:
— É um miminho por não se ter depilado! *risos*
E eu saí do consultório a rir por fora mas a chorar por dentro.
Tema da semana: É que isso de médicos, nunca fiando
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