Tema #16 Fátima Cordeiro
Intervenção da narradora-autora: Comunicado urgente. A história regressou à normalidade. Voltamos ao café onde Guillaume está a pagar cervejas a Guilherme. Para além de pagar cervejas ouve-o narrar a sua incrível e triste história do fim-de-semana nada romântico na “Cidade dos Arcebispos”. E ouve-o lamentar-se da sua vida, embora não perceba metade do que ele diz.
Guilherme: Oh minha vida… Tenho 50 anos + IVA e ainda não aprendi como se faz. Ser adulto: Ainda não entendi o que é para fazer! Sempre tive alguém que me fizesse as coisas. A Matilde, claro. E durante a separação tinha uma empregada que ia lá a casa. Todo o dinheiro que ganhei durante essa época foi para ela. Mas foi bem gasto! Depois fiz as pazes com a Matilde e foi uma época boa. Eu só pagava as contas. E agora. Ela está em coma. Quem cuida de mim? E agora eu ainda tenho um cão para cuidar…
Guillaume: Um cão… Um chien?
Guilherme: Sim, o Constante. O cão mais esfomeado do universo. Não o posso deixar sozinho em casa, come tudo o que vê na frente. Bem, quase tudo. Por isso tenho de lhe deixar comida sempre à mão.
Guillaume: Le chien le plus affamé!...
Guilherme: Sim, é isso. Queres ficar com ele? Levá-lo para França?
Guillaume: Non… Não, vivo num apartamento. Je n'ai pas besoin d’un chien affamé!...
Guilherme: Ah… Preciso de tempo para sair com amigos depois do trabalho e de alguém que vá ao supermercado, cozinhe e trate da roupa para mim. Será que toda a gente sabe do que é ser adulto menos eu?
Guillaume: Je sais… #adulting… Difícil. Só depois… Après 30 ans, je suis devenu adulte. C’est dificile! Mas valeu a pena. Aujourd'hui, c'est plus facile d'être un adulte. Mais ça a pris du temps!... Plus de dix ans! Bonne chance et beaucoup de patience pour vous!...
Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer
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