Tema #1 - Silvana
Quando não são apenas coisas de miúdos(as)
Tema: Problemas, só problemas
Esta semana marca o início de mais um ano letivo. Muitas escolas voltam a encher-se de risos, de brincadeiras e de momentos de aprendizagem. Porém, para algumas crianças/adolescentes é também um local de tristeza, de abusos e de ameaças.
O bullying sempre existiu. As crianças/adolescentes alimentam uma espécie de crueldade sem limites ou barreiras. Porém, muitas vezes esta realidade é muito camuflada e desvalorizada. Já me cruzei com professores(as) que, perante o pedido de ajuda de pais e mães desesperados por verem os seus filhos(as) a sofrer, proferem a célebre frase “Não se preocupe, são coisas de miúdos…”.
Como é que um pais e/ou mãe que assiste todos os dias ao sofrimento do filho(a) se pode contentar com esta frase? Como é que podem lidar com os sentimentos de inutilidade sempre que pretendem resolver este tipo de situação? E os professores(as), qual é realmente o seu papel?
Muitas são as perguntas, mas nem sempre as respostas são as mais óbvias. O bullying é um problema real que precisa de soluções todos os anos. O meio escolar deverá reunir, continuamente, esforços que sensibilizem a comunidade escolar (pais, professores e alunos) para o fenómeno dando-lhe a real importância. Quer em casa, quer na escola as crianças/jovens devem sentir-se seguras e confiarem nas pessoas ao seu redor. Se isto acontecer, mais facilmente se sentirão capazes de pedir ajuda.
Acima de tudo, não devemos desvalorizar os sinais de que algo está diferente com aquela criança ou jovem. É dar atenção a esses sinais, procurar compreendê-los e, sempre que necessário procurar ajuda profissional. Esta atenção não deverá ser unicamente direcionada para as vítimas. Também os(as) agressores(as) precisam de serem ouvidos e ajudados, porque ser vítima ou agressor é apenas a ponta de um icebergue onde podem estar escondidos muito outros problemas (ex: doença mental, abuso físico, violência doméstica, baixa auto-estima… entre muito outros).
Por fim, não devemos deixar de lado um fenómeno mais recente, o cyberbullying. Este é um tipo de agressão em que os(a) agressores(as) usam a internet para “atacar” as suas vítimas. É um fenómeno ainda mais complexo porque as a identidade daquele(a) que agride fica protegida. Contudo o sofrimento é o mesmo.
Em suma, é importante que todos estejam atentos às crianças e aos jovens e em que nenhum momento desvalorizem aquilo que eles sentem e que estão a passar.
Tema da semana: Problemas, só problemas
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