Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Desafio de Escrita

Tema #2.5 - Fátima Cordeiro

05
Mar20
Hoje acordei e tinha tudo o que queria ao meu lado: Jasia.
Também posso escrever que hoje acordei e não tinha nada do que queria:
- Ainda não descobri uma única pista do rei-poeta nesta cidade. Parece um fantasma: ele está em todos os lugares, mas não deixou vestígios.
- Ainda estou à espera que a Rosie me dê o divórcio. Ela não respondeu aos meus e-mails ou ligações internacionais.
- Ainda não consegui economizar o suficiente para pagar minhas dívidas. Poderia ajudar-me?
Espero que goste deste lindo cartão postal que lhe envio. Gosto desta cidade calma, onde são realizadas boas feiras medievais.
Espero ter notícias suas em breve.
Calorosamente,
 
Scott

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Fátima Cordeiro escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

Tema #2.5 - Drama

05
Mar20

Acordava na minha casa que era o sitio onde podia chamar de lar, com meu companheiro de muitas aventuras partilhadas ao meu lado. Ia acordar os herdeiros uma menina e um menino que levantavam logo ao meu chamar (é mesmo um sonho) para fazerem a higiene enquanto eu ia verificar o pequeno almoço pedir para ajudar os gaiatos a despachar-se.

Eu ia tratar de mim, claro! Depois ia tomar o pequeno almoço dos miúdos e com o meu respectivo ia levar os nossos filhos a escola.

Depois ia marcar as próximas ferias nos períodos escolares íamos correr o mundo sem prejudicar o rendimento escolar deles, ia dar uma volta ao shopping ver uns livros, sentir o cheiro a novo das paginas, compra uns quantos ia por as leituras em dia de certeza.

Ia para casa almoçar com meu respectivo, por a par dos avanço do restauro de um mustang qualquer porque ele adora carros americanos vintage.

Passava o resto do dia a ver séries, depois ia buscar os catraios para os levar a qualquer actividade que gostem e levava um livro ler porque estava uma hora com liberdade para não fazer nada, depois para casa.

Iramos jantar todos juntos sem telemóveis ou outros ecrãs a funcionar simplesmente só a conversar e a comer. Depois eu ia os adormecer ia ter com o meu companheiro para vermos um filme, esperar pelas merecidas férias.

Sinceramente isto é tudo um sonho não sei se aguentava estar assim tanto tempo livre até porque sinto completa a fazer imensas coisas ao mesmo tempo.

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Drama escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

Tema #2.5 Miss X

04
Mar20

O dia mais utópico da minha vida é o futuro, o imaginário dos meus desejos, indomável perante qualquer realidade que se queira impôr. E se nesse dia os meus desejos se concretizassem, nenhum deles seria meu.

Talvez acordasse para a descoberta do sentido da vida. Talvez assistisse ao fim da alienação humana e ao fim da guerra e do egoísmo. 

E estes meus desejos, tão profundamente humanos, não levariam à desumanização da própria humanidade?

O que seria da humanidade se nela abundasse senso comum e espírito crítico?

Como viveria ela sem crueldade ou injustiça humana?

Como viveria um ser humano na sua própria impossibilidade?

Se Deus acordasse do seu sonho, que é a nossa realidade, e despertasse para esta utopia, veria a realidade impossível que Ele jamais conseguiria criar.

Talvez fosse um dia absurdo, o fim supremo de todos os fins, o dia em que o nada não poderia buscar o tudo.

 

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Miss X escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

Tema # 2.5 - Triptofano

04
Mar20

Carolina acordou exactamente às sete da manhã, ao som do rádio despertador que inundou o quarto com a inconfundível voz de Carminho.

Bom dia, amor
Dizem as rosas da janela ao ver o sol nascer
Bom dia, amor
Tal como as rosas, espero sempre por te ver

Levantou-se de um salto, abriu a janela para que o sol da manhã entrasse sem impedimentos e espreguiçou-se demoradamente. Hoje era o dia porque tanto esperava.

Vestiu o roupão que tinha abandonado sonolentamente no chão na noite anterior e dirigiu-se à cómoda, onde acendeu três velas vermelhas e colocou uma pitada de sal dos Himalaias num copo com meia dúzia de cristais coloridos e uma foto plastificada do seu grande amor, ao mesmo tempo que declamava o feitiço:

Meu amado, meu amado

Serei o teu fado

Meu amado, meu amado

Estaremos sempre lado a lado

Carolina nunca tinha acreditado no amor até o ter conhecido, aquele homem que virou o seu mundo de pernas para o ar. Sabia que ele era casado, mas as conversas durante horas, os jantares longe dos olhares do mundo e as noites de sexo escaldante fizeram-na acreditar que era possível um futuro a dois.

Quando começou a abordar o tema divórcio ele mudou de atitude, ficou mais esquivo, as conversas foram substituídas por mensagens, os jantares por rápidos encontros em áreas de serviço e as noites de sexo por fodas onde ela nem conseguia atingir o orgasmo.

Desesperada resolveu ligar para um daqueles números de valor acrescentado que figuravam em folhetos distribuídos no metro ou despejados indiscriminadamente em caixas de correio. A mulher que a atendeu pareceu-lhe verdadeiramente interessada no seu problema, e depois de mais de uma hora de conversa foi sugerido a Carolina que fizesse um feitiço de amarração. Demoraria três meses mas seria tiro e queda garantiu-lhe a mulher.

Carolina passou por todos os recantos do corpo o creme de veneno de cobra que a tornaria irresistível, vestiu as cuecas bordadas a fio de linho virgem da Noruega e colocou o fio com um pequeno coração dourado que tinha benzido à luz da lua cheia - tudo coisas que tinha comprado através da mulher do telefone e que lhe tinham custado uma autêntica fortuna. Mas como a mulher lhe dizia, o verdadeiro amor não tinha preço.

Pegou na mala e saiu de casa mesmo sem tomar o pequeno-almoço, porque o único alimento que verdadeiramente necessitava era o amor daquele homem.

Quando entrou no táxi, em direcção ao encontro que tinha marcado num café a meio da rua, porque as esquinas aparentemente eram locais a evitar por terem energias de separação, a dúvida tomou conta dela. Será que o feitiço iria funcionar?

Enviou uma mensagem para a mulher que em poucos segundos lhe respondeu:

Não se preocupe. Hoje terá o coração dele nas suas mãos.

O táxi chegou ao destino e lá estava ele, fumando um impaciente cigarro. Carolina saiu do veículo na sua direcção, com um sorriso apaixonado estampado no rosto.

Foda-se Carolina - disse o homem - já te disse que está tudo acabado entre nós. Que parte é que tu não entendes?

Carolina estava preparada para esta reacção. Do bolso tirou um pequenino frasco de água benzida num vulcão e borrifou o seu amado, enquanto dizia silenciosamente a reza que lhe tinham ensinado, de forma a quebrar qualquer impedimento externo que tivesse sido convocado.

Mas que merda é essa porra? Tu só podes ser completamente chanfrada. Põe isto na cabeça mulher, já não há nada entre nós. Se tu não desapareceres eu...

O homem não conseguiu terminar a frase porque uma faca de cerâmica tinha-lhe sido espetada no peito só ficando com o cabo ensanguentado de fora.

Carolina sorriu ligeiramente. Afinal a mulher do telefone tinha razão. Ela ia ter o coração dele nas mãos. De uma forma ou de outra...

 

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Triptofano escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

Tema # 2.5 Teoria do nada

04
Mar20

O voo vai a meio, mas hoje o meu dia é especial. O meu maior sonho realizou-se, a cura para o cancro foi finalmente divulgada.
Sim, aquela que diziam que ainda não tinham encontrado.
Senão vejamos:
- Inventou-se a bomba atómica
- Puseram o homem na Lua
- Inventou-se a Internet
- Inventou-se quase tudo e não descobriram a cura para o cancro?
Mas a partir de hoje, a cura existe e muitos deixarão de sofrer. E não só os que padecem da doença, mas todos os amigos e familiares que os rodeiam.
Todos sem excepção ou já tiveram cancro ou tiveram alguém próximo com a doença.
Se forem a um qualquer IPO, poderão verificar que cada dia que passa há mais doentes. Há mais doentes, mas não há mais médicos, mais serviços, mais enfermeiros, mais pessoal auxiliar, mais salas de cirurgia, de tratamento, mais numero de camas.
Se não tivesse aparecido a cura, como seria?
Muitos iriam morrer num futuro próximo, por falta de meios humanos, físicos e técnicos.
Mas hoje estou feliz, porque já não vou chorar sempre que chego ao meu destino, na primavera, e descubro que desde que me fui embora, uma daquelas pessoas que me dava migalhas de pão, morreu, vitima desta doença.
Hoje estou a voar de felicidade e já fiz um monte de piruetas e voos rasantes. Porque hoje estou feliz e assim estarei até ao fim da minha viagem.
Cheio de saudades de todos os que vou reencontrar.
Até para a semana.
A Luta começou em 1971...onde estamos? passados quase 50 anos...

 

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Teoria do nada escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

 

Tema #2.5 Gonçalo Gonçalves

04
Mar20

"Acordo, olho para o despertador e ele marca 7h00. Viro e reviro-me na cama, não me consigo levantar. Estou demasiado bem debaixo dos lençóis para sair e enfrentar o frio das manhãs de fevereiro. Mas, após uns bons 15 minutos na ronha, lá me consigo ganhar coragem. Coloco os pés no chão, sinto o frio do soalho de madeira. Frio esse que me percorre a espinha e me dá consequentemente um pequeno arrepio. Soube bem. Dou dois pequenos passos até à janela, levanto as persianas e dois raios de sol encadeiam-me imediatamente. Que lindo nascer que sol que estava. Vou à cozinha, faço um café e vou bebê-lo para a varanda. Contemplando a perfeita manhã que estava. 5, 10, 15 minutos passam e aceito cair na realidade. Preparo-me finalmente para sair de casa e começar o meu dia.

Saio a porta do prédio e está um dia lindo. Calmo. Uma leve brisa fresca para contrastar com a quente manhã. Uma pessoa no fundo da rua, num banco de jardim, a dar comida a dois gatos. Dois siameses. As restantes pessoas andam pela rua com um sorriso nos lábios, uma até me desejou "bom dia". Um gesto muito querido, pois a senhora nem me conhecia. Restou-me colocar um sorriso nos lábios e retribuir o "bom dia".

Chego ao trabalho, sinto-me feliz. Feliz porque trabalho no que amo, com as pessoas que amo.

Após umas longas horas no trabalho, horas essas que se passaram muito bem, por sinal, cheias de entre-ajuda, companheirismo, união e risos entre assuntos sérios, [Nem todos os dias são assim, mas este parece que foi especial], chego a casa. Preparo um bom jantar, sento-me no sofá e disfruto-o. Ao mesmo tempo que me delicio, aproveito o silêncio da noite. Há coisa melhor para recuperar de um dia de trabalho e preparar-me para o dia seguinte? Não me parece.

Por volta das 23h, preparo-me para me deitar. Preparo tudo para o dia seguinte: roupa, mala entre outras coisas. Lavo os dentes. E lá vou eu todo fresquinho para dentro dos meus lençóis também eles fresquinhos. Fecho os olhos. Respiro fundo. Agradeço pelo meu dia. Viro-me para o lado e adormeço.

Que dia perfeito que foi."

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Gonçalo Gonçalves escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

Tema #2.5 Mami

03
Mar20

nem seis da manhã são ainda … mas não consigo ficar mais na cama. a minha alma agita-se a cada pensamento e o meu corpo reage instintivamente. a expetativa é grande. hoje é o dia. o grande dia.

nunca pensei que fosse possível que isto acontecesse, mas a vida, essa danada, arranja sempre forma de nos surpreender.

levanto-me e vou diretamente para o duche. deixo a água quente escorregar pelo meu corpo, despertando cada centímetro de pele. a minha cabeça, graças à intensidade da água, cede àquele pequeno prazer, esquecendo tudo e deliciando-se com a sensação de leveza. agora a água a cair sobre os meus ombros, aumento a temperatura, o meu corpo reage, entregando-se depois à sensação de plena descontração.

afago a minha pele com a suave e cheirosa toalha recentemente tirada da máquina de secar. espalho o creme, após o aquecer entre as mãos, e o seu perfume espalha-se pelo meu corpo e inunda a minha mente com belas memórias.

desço e faço café, simples e intenso, o aroma que faltava para trazer lucidez a todos os pensamentos que invadem a minha mente.

agora, completamente desperta, sinto a ansiedade aproximar-se. o receio de que não aconteça, de que tudo não passe de uma confusão, de que aquele convite não seja mais do que o delírio da minha mente cansada.

o encontro estava agendado para as onze horas, numa modernidade aparentemente incompatível com a ocasião: um brunch. falta tanto que não sei o que fazer… a minha capacidade de concentração em qualquer tarefa é igual a zero. não quero pensar mais no assunto, criar expectativas… são oito horas, vou acordar a criançada e perder-me nos seus mimos e gargalhadas – excelente estratégia!

conversa aqui, miminho ali, cocegas e muita gargalhada são os ingredientes essenciais para entrar numa nuvem de amor que eclipsa todo o resto.

o mais que tudo acorda e junta-se à “festa”. inquire-me com o olhar, para saber se estou bem. aposto que ficou sem perceber a resposta…pois nem eu sei!

lá vamos nós, para o local marcado, na hora combinada.

ao chegar percorro o local com o olhar, verificando se estão todos, mas sobretudo procurando por ela. ao vê-la, imobilizo. deslumbro-me por aquele sorriso só seu. afasto os pensamentos que me dizem que é impossível, que o que vejo não passa de um oásis no deserto. continuo a caminhar na direção dela e perco-me no calor do seu abraço.

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Mami escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

 

Tema #2.5 Alice Barcellos

03
Mar20

Carta de Alepo

Abri os olhos, lentamente, para mais um despertar. Pelas frestas da janela, vi que estava sol, os pássaros chilreavam no jardim. Deixei-te a dormir e levantei-me sorrateiramente, depois de dar-te um beijo silencioso na boca. Abri a porta da cozinha aos cães que me deram o seu "bom dia" efusivo, entre saltinhos e lambidelas, contribuindo, ainda mais, para uma manhã que já se avizinhava perfeita.

Fiz um café forte, vi as notícias no telemóvel e liguei aos meus pais. Falamos, longamente, comentando como o verão estava a ser claro e luminoso. Espreguicei-me na cadeira da cozinha e segui até ao jardim, onde as flores tinham voltado a aparecer. Os primeiros limões começavam a crescer, amarelos, no limoeiro que o meu avô tinha ali plantado.

Calcei-me e segui caminho até à biblioteca para requisitar um livro de poesia. Sim, apetecia-me ler poesia e regressar aos grandes poetas da Antiguidade. Vestia o meu leve vestido floral e calçava umas sandálias gastas de couro. Para afugentar o calor, prendi o cabelo num rabo-de-cavalo que balançava ao ritmo dos meus passos apressados. Já não precisava andar com panos a tapar-me, o que era um grande alívio nos dias quentes de verão. As crianças brincavam nas ruas e o souq começava a ganhar vida com os pregões dos vendedores.

Entrei na biblioteca e respirei o silêncio denso que encerra séculos de saber, entre as grandes prateleiras recheadas de livros. Até que ouvi um grande estrondo, boom, e aninhei-me num canto, assustada.

Abri os olhos, rapidamente, para mais um dia, que pode ser o último para alguém por aqui. Acordei estremecida com mais um bombardeamento. Nunca me vou conseguir habituar ao barulho das bombas e ao tremor de terra que elas provocam. Por instantes, sorri, quando me lembrei que tinha sonhado que estávamos em paz e que saía de casa para um passeio até à biblioteca, num típico dia de verão. Ainda dormias ao meu lado e o nosso jardim tinha flores. Os meus pais estavam vivos e as crianças brincavam nas ruas. A biblioteca ainda estava de pé.

Será que um dia a guerra acaba? Escrevo-te esta carta sem saber se vai chegar ao destino final. Espero, em breve, conseguir fugir daqui e juntar-me a ti do outro lado da fronteira. Não sei o que me espera, mas será melhor do que ver todos os dias tanta destruição e morte. Ao menos, o nosso limoeiro continua plantado no jardim. Só espero que não seja o único a resistir.

Um abraço apertado da tua Láyla

 

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Alice Barcellos escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

Tema #2.5 Ana Catarina

03
Mar20

Um dia feliz em que tudo está igual

Menos as coisas que nos deixam mal

Coisas pequenas ou grandes

Tudo depende do ponto de vista

Feridas que custam a sarar 

Ou corações partidos

Ainda por arranjar


Poderia ser hipócrita 

E dizer que não mudava nada

Estou feliz com tudo

Ou pelo menos acostumada

É sexta feira

Nem tenho razões para me queixar

Não apanhei filas

O sol apareceu

O restaurante onde fui almoçar estava praticamente vazio

Pus a conversa em dia com a minha melhor amiga

Trouxe nuggets à minha mãe

O trabalho está tranquilo 

Ou estava

Pois só agora reparei

Que são quase 3 da tarde

E eu já nem me lembrava  

Do desafio dos pássaros

Que é para entregar 

Antes que o tempo acabe

 

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Ana Catarina escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook

 
 

Tema #2.5 Catarina Reis

03
Mar20

Hoje é um dia especial. Não sei o que aconteceu mas tudo corre bem. Não tenho que me apressar para ir deixar os rapazes na escola e seguir para o trabalho. Não tenho que limpar a casa. O cesto da roupa suja está vazio, o que é coisa inédita cá em casa.

Os rapazes nem parecem eles. Dormiram, pela primeira vez na vida, até as dez da manhã. Acordaram bem dispostos e ainda não houve dramas. Estão mais silenciosos que o habitual e fazem tudo o que lhes digo à primeira.

Comecei um livro e não fui interrompida nem uma vez. O marido disse que hoje tratava do almoço e eu agradeci. Fiquei pelo cadeirão até ouvir que o comer estava pronto.

Os rapazes ajudaram o pai a colocar a mesa. Conversaram sobre os últimos dias sem falarem uns por cima dos outros.

Depois de almoço saíram todos para a rua. Eu troquei o cadeirão pela cama de rede, continuei a leitura até cair no sono. Acordei com o rebuliço dos meus homens a entrarem em casa.

Vinham suados e felizes da brincadeira. Não foi preciso dizer nada. Seguiram ordeiramente para o banho sem discutirem a ordem do uso do mesmo.

O jantar foi preparado em conjunto. As malas da escola foram preparadas para o dia seguinte e a roupa escolhida.

Na hora de dormir fui surpreendida com quatro rapazes deitados em silêncio. Nada de confusão, nada de birras, nem implicâncias.

Eu desfrutei ao máximo desta harmonia tão pouco usual mas tão benéfica. Aproveitei bem porque sabia que era sol de pouca dura. 

 

Tema da semana: Acordas e tudo o que mais desejavas realizou-se: conta-nos o teu dia

Catarina Reis escreve aqui

Acompanha todos os posts deste desafio aqui

Segue-nos na nossa página do facebook