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Desafio de Escrita

Tema #2.4 - Drama

07
Mar20

Quem nunca viu as analises ou exames que o médico passou e foi ver os resultados no Google para traduzirem a linguagem mais acessível. Ou descrever vários sintomas para dr.º Google fazer o diagnostico.

Devo dizer que uso muito aqui no trabalho para perceber as alterações de terapêuticas porque os médicos acham que todos somos Dr.º como eles. Ou mesmo conhecer novos medicamentos de mercado que médico é que conhece. Mas devo dizer que nem o Google tem todo o conhecimento, mesmo assim dá muita informação duvidosa até porque os médicos quando precisamos deles ficam magicamente indisponíveis temos de recorrer ao dr.º Google.

Tema da semana: O Google está errado

Drama escreve aqui

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Tema #2.4 - Fatima Cordeiro

26
Fev20

Depois deste episódio, Scott aumentou a convivência com João. João tinha 25 anos e ia casar brevemente. Conhecia bem a cidade e era fácil falar com ele. Um dia Scott falou-lhe da verdadeira demanda que o tinha levado aquela cidade: a busca por vestígios de um rei-poeta.

Scott - Vocês têm uma freguesia onde o rei-poeta tinha uma amante?

João – Amor? A lenda diz que sim.

Scott – Estou a pensar ir até lá conhecer a terra e ver se há vestígios da passagem do rei-poeta.

João – Faz bem ir conhecer a terra. Tem várias igrejas, um fontenário e um Parque das Merendas.

 Scott – Mas tem vestígios do rei-poeta?

João – Pois, isso não sei…

Scott – O google deve pode estar errado?

João – Provavelmente.

 

Tema da semana: O Google está errado

Fátima Cordeiro escreve aqui

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Tema #2.4 Gonçalo

26
Fev20

Boa tarde, o meu nome é Google e para surpresa de muitos de vós, eu erro. Sim, leram bem, eu erro e não tenho medo de o dizer.

Acho engraçado ouvir expressões do tipo "Errar é humano", "Todas as pessoas erram". Isso é verdade e é muito bonito, mas e então as máquinas? Nós não erramos? Tenho-vos a dizer que erramos tanto como vocês. Quando a vocês vos falta algo no vosso pensamento, a nós falta-nos uma linha de programação. Compreendo que confiem em nós para procurar todo o tipo de informação e mais alguma, mas estejam cientes que nem tudo o que podemos oferecer está correto.

Por isso, tenham cuidado com o que procuram e não ponham 100% de certezas em tudo o que nós, máquinas, dizemos. Desconfiem.

Eu, Google, posso errar muito, mas nisto tenho a certeza de que estou certo.

 

Tema da semana: O Google está errado

Gonçalo Gonçalves escreve aqui

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Tema #2.4 Isabel Silva

25
Fev20

O Sr. Manel tinha os seus terrenos quase todos semeados, e bem semeados. Era uma satisfação ver os carreiros de favas, ervilhas, couves, todas as arvorezinhas de tomate com o belo do vermelho. As alfaces eram as melhores daqueles lados, lindas, luzidias, grandes e sem as lesmas parvas que atacam os nossos canteiros. 

Era um orgulho para o Sr.Manel e para a D.Engrácia, os elogios que recebiam, e as belas vendas que faziam quando levavam as suas cestas cheias de maravilhosos exemplos de tudo quanto a terra pode dar, ao mercado da cidade.

Mas ainda havia uma pequena parcela de terra, para experimentar um novo legume de que tinham ouvido falar, e que como pessoas abertas e curiosas que eram, estavam prontos a tentar que resultasse nos seus terrenos.

As dúvidas em relação ao tema eram tantas, que decidiram consultar o tal de Google, de que tanto ouviam falar. Tiveram sérias dificuldades a tentar saber o que pretendiam, em parte por não saberem muito bem o que isso seria, e por outro lado ao terem que se habituar ao tal de Google, com o qual não estavam familiarizados.

Passaram longos serões agarrados ao computador, oferecido por um dos filhos no último Natal. O normal seria estarem a ver a novela das 9, mas a curiosidade e o entusiasmo prevaleciam, e todos os momentos eram poucos para a investigação.

Viram e estudaram os mais variados artigos sobre o assunto, até havia vários a falar em "Permacultura" palavra de que nunca tinham ouvido falar, mas que acreditavam ser o que eles próprios faziam, que era cultivar o mais naturalmente possível, sem pesticidas, nem artifícios que obrigassem os produtos a crescerem mais depressa do que deveriam.

Depois de algumas noites de pesquisa exaustiva, de muitas anotações, e de algumas dores de cabeça, chegaram a algumas conclusões, que por sua vez levaram a algumas decisões.

Num Domingo de permeio, o Sr.Manel vai ao café do sítio, e na conversa com os seus pares, contou as novidades e o que estava prestes a fazer. Estava por lá o Sr.Damião, que sempre se tinha sentido o sabichão das redondezas, e com as melhores máquinas para mexer as terras, e que ao ouvir as palavras do Manel, soltou um - O Google está errado! - o que não caiu nada bem. O Sr.Manel com um grunhido virou costas, e dirigiu-se para casa, já a sonhar com o momento em que chaparia na cara do Damião os resultados do seu futuro trabalho.

 

 

Tema da semana: O Google está errado

Isabel Silva escreve aqui

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Tema #2.4 Catarina Reis

25
Fev20

Atendi o telefone ao segundo toque.

- Bom dia.

- Bom dia minha senhora estou a ligar para a empresa Vaz e Vaz?

- Sim está em que posso ajudar.

- Vocês mudaram de instalações?

- Não meu senhor. Estamos no mesmo local há, pelo menos, 10 anos.

- Não pode ser.

- Eu vim trabalhar para aqui em 2010 e desde ai ainda aqui continuamos.

- Tenho uma caixa para entregar nas vossas instalações mas estou com alguma dificuldade em encontrar o local.

- Consegue dar um ponto de referencia de onde está para ver se o consigo ajudar.

-O Google maps diz que estou mesmo à vossa porta.

- Acabei de espreitar à janela e não está aqui nenhum veiculo.

- Mas o Google diz que a morada é aqui.

- Ó meu senhor não pode ser. Deve ter colocado alguma coisa mal.

- Já tentei várias vezes e indica sempre este local.

- Vou abrir o Google maps aqui no meu computador para ver se o consigo ajudar. – disse enquanto digitava a morada

- Já conseguiu menina.

- Tem graça! Realmente o Google indica outro local.

- Afinal eu tenho razão.

-Pelo que vejo aqui não está muito longe. Está nas coordenadas X não está?

- Exatamente.

- Deixe-me perceber as coordenadas do nosso edifício… cá está então coloque ai Y e venha lá ter connosco.

Alguns minutos depois.

- Ora viva menina.

- Acabou por cá vir dar.

- Estava difícil. Arranjam estas modernices e depois está tudo errado.

 

Tema da semana: O Google está errado

Catarina Reis escreve aqui

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Tema #2.4 Maria

25
Fev20

Perdidos, ali mais ou menos onde judas também perdeu as botas, estava eu e o meu pai no carro.

- Não estou a perceber, segui as indicações que me deu e agora estamos perdidos, só pode. Estás a ver por que quelhos nos mandaram?

- Fias-te nessas electrónicas e isso não nos leva a lado nenhum!

- Nada disso, devem ser das obras, ou o raio que os parta mas já me estou a passar, quando tal estamos no meio de um campo de milho a milhas de distância do destino que quero!

- Continuas a olhar para aí a achar que sabes? Não é melhor perguntar a alguém?

- Não se vê ninguém, que é o pior. Mas isto não se engana, se diz que é por aqui, deve ser. Ou não. Porque já não posso com o "faça inversão de marcha" e vamos ter ao mesmo sítio.

- Isso das tecnologias também se engana. E esse coiso deve estar pirado.

- É google. Chama-se google.

- Então é dar nomes às coisas, o google está errado

- Olha estou a ficar sem bateria, sempre a mesma coisa, e também o sinal de gps não é o melhor, deve ser por isso que não estamos em sintonia.

- Pessoas. Procura pessoas que já não posso ouvir falar desse google.

- Olha aparece aqui outra estrada, mas onde raio é esta estrada?

- mas esta rua não aparece em lado nenhum! E estes sinais? Nunca vi. E não tem grandes alternativas.

Vai a passar uma senhora ele abre o vidro e pergunta - olhe desculpa pode dar-nos uma ajuda?

Penso eu, pois... já é velho o ditado, quem tem boca vai a Roma...

 

 

Tema da semana: O Google está errado

Maria escreve aqui

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Tema #2.4 - Triptofano

25
Fev20

Guilherme adorava o Google!

Todos os dias passava horas sentado à frente dele, deliciando-se tanto com as descobertas mais cientificamente importantes, como por exemplo os benefícios do chá de hibisco ou a velocidade à qual um piolho consegue nadar, como com as mais triviais, nas quais se incluía a razão do céu ser azul ou o número de selfies que o Presidente da República já tinha tirado desde o início do mandato.

Para Guilherme o Google era uma espécie de feiticeiro digital, que lhe adivinhava os pensamentos antes mesmo dele os teclar na zona de pesquisa.

Bastava escrever Como comer um Burrito que o Google fazia-lhe aparecer instantaneamente sem ficar todo sujo, que era exactamente o que ele queria saber. Só podia ser magia!

Alguns colegas já lhe tinham apresentado outros motores de busca, como o Bing ou a Raposa de Fogo, mas Guilherme só queria o Google.

Apesar das horas infindáveis que dedicava a pesquisar tudo e mais alguma coisa, havia um tema que lhe aquecia de forma especial o coração.

Matilde de Leça Abradeu.

Filha de uma lenda do teatro português, Matilde era actriz, apresentadora, Embaixadora da Boa Vontade da Unesco e dava aulas de pintura para crianças com necessidades educativas especiais.

Matilde era sempre a primeira pesquisa do dia mal acordava, e era sempre a última antes de adormecer.

Adorava ver os artigos onde ela aparecia sempre linda, com uns olhos do tamanho do mundo e um sorriso do tamanho do universo, ria-se com o seu humor mordaz quando a ouvia numa entrevista para um canal de rádio, suspirava quando a via nas viagens pelo mundo a espalhar humor e bondade.

Só não gostava das fotos onde pousava com as irmãs, Picó e Muxaca, ambas mais velhas e com menos de metade da beleza e talento de Matilde, e das notícias antigas onde aparecia com o ex-namorado, um playboy brasileiro que a trocou por um deputado europeu.

Guilherme sabia que já tinha sido há muitos anos, mas a lembrança da existência de um homem que tocou no corpo da mulher que venerava sem a merecer deixava-o azedo de rancor.

Naquele dia seguiu o mesmo ritual: acordou, espreguiçou-se e pesquisou no Google o nome de Matilde, mesmo antes de preparar uma caneca de café ou de limpar as remelas dos olhos.

Os resultados que o motor de busca lhe devolveu deixaram-no sem pinga de sangue.

Aparentemente aquele era o dia em que Matilde se casava, e todos os meios de comunicação falavam disso.

Havia quem descrevesse o local da cerimónia, outros que detalhavam a lista de celebridades convidadas e quem se questionasse se no Copo-de-Água haveria uma fonte de marisco vivo ou se optariam por um gigantesco fondue de queijo azul.

Os comentadores virtuais apostavam entre si sobre qual teria sido o estilista escolhido para conceber o vestido da noiva ou quem é que iria ter a tarefa de transportar as alianças, enquanto que o site de uma revista cor-de-rosa garantia a pés juntos que uma das convidadas, solteirona há mais de três décadas, tinha aprendido de forma intensiva Krav Maga e Capoeira só para se certificar que seria ela a apanhar o bouquet.

Guilherme desligou o computador com os olhos completamente esbugalhados.

Não, aquilo não podia ser verdade. O Google estava errado, só podia estar errado, repetia para si mesmo enquanto puxava furiosamente tufos de cabelo.

Como é que ele tinha sido capaz de se esquecer do dia do seu próprio casamento?

 

Tema da semana: O Google está errado

Triptofano escreve aqui

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Tema #2.4 Bla Bla Bla

25
Fev20

Joana chegou cedo ao trabalho.

Era sempre a primeira a chegar.

Gostava do escritório vazio e silencioso.

Aproveitava essa tempo para beber um café em sossego, ver as primeiras noticias do dia, limpar a caixa de correio pessoal. A partir das 8 os colegas começavam a chegar e ela punha os fones nos ouvidos, às vezes até sem musica para ouvir, mas desta forma não era importunada. O seu trabalho como analista consumia-lhe muita concentração e foco.

Nessa manhã, como habitualmente, pousou a mala na cadeira do lado, sempre vazia, já que naquele lugar ela não permitia que se sentasse ninguém.

Ligou o computador.

Despiu o pesado casaco.

Foi até à copa e tirou dois cafés para uma chávena. Sem açúcar.

Volta ao seu lugar, inspirando o doce aroma do café, que a desperta e conforta.

O computador já está ligado e ela abre duas janelas no browse. Uma para as noticias. Outra por email. Pessoal.

No meio da habitual lixeira publicitária que popula a caixa de entrada um email desperta-lhe a atenção. Franze as sobrancelhas. Goggle Alerts.

Ignora tudo o resto e clica para ver a mensagem.

O único alerta que se lembrava de alguma vez ter subscrito havia sido à muito tempo. Por piada. O seu próprio nome.

A mensagem abre-se e mostra a lista de 252.321 resultados encontrados.

O google está errado. Só pode estar errado.

Freneticamente, começa a correr com os olhos a lista infinita de links apresentados.

Pornhub. XVideos. YouPorn. TopFreePornVideos. xHamster. Tube8. ...

Começa a tremer incontrolavelmente. Não quer acreditar. Não pode ser. Tem de ser um engano. Uma nova atriz com o nome igual. Joanas há muitas. Pereiras muitas mais.

Clica num dos links, indiscriminadamente.

Check Point UserCheck. Merda!

Obviamente não consegue entrar.

O acesso a sites desse género está bloqueado.

Instantaneamente agarra no telemóvel e digita na pesquisa do google o seu nome e a palavra porn.

Milhares de resultados.

Escolhe um aleatoriamente e com o dedo toca-lhe para entrar.

Há vários vídeos, Publicidade que se abre e que ela tem de fechar.

O vídeo carrega em menos de 3 segundos e começa a reproduzir.

O coração pára.

Salta uma batida. Duas. Três. O quarto é familiar. Conhece-o de cor.

Aparecem duas pessoas que ela sabe quem são. O seu namorado André. Ela própria. Avança o vídeo alguns minutos e vê se a si própria, abandonada de pudor, de olhos fechados, descontraída, a desfrutar. Os pensamentos correm frenéticos...

Como...?

Ocorre-lhe como é que um vídeo daqueles gera tantos resultados e assoma-lhe que podem existir mais... quantos mais...

Retrocede e volta a fazer scroll pela página.

Percebe que há centenas de vídeos, sempre com o seu nome e títulos ridículos a enumerá-los:

My horny girlfriend Joana Pereira sucking my cock.

Joana Pereira big fat ass in doggy style

Joana Pereira caugth masturbating alone

Me, Joana Pereira and a brazilian hore

Joana Pereira caugth cheated on me

O coração volta a parar uma e outra e outra vez.

Os pensamentos atropelam-se num turbilhão.

Levanta-se e corre para o piso superior onde há um terraço, precisa de apanhar ar, respirar fundo, pensar com clareza.

O ar está frio mas ela não o sente. Faltam-lhe as forças nas pernas.

Deixa-se cair no chão. A cabeça está um torvelinho e tenta concentrar-se em respirar. Tlim.

O telemóvel assinala uma mensagem. Respira fundo para ver quem é.

Uma mensagem do André, que abre imediatamente, em pânico.

Quando tiveres tempo dá uma vista de olhos neste link Para aprenderes o que acontece a quem me fode SUA GRANDA PUTA!

Sentiu-se desfalecer. A cabeça a rodopiar.

Afinal ele sabia, tinha-a descoberto e era esta a sua vingança.

Não havia nada a fazer... A quem é que se ia queixar...?

Da Internet nada se apaga, nada se perde, tudo se transforma.

Toda a gente ia ver. Toda a gente ia saber. A sua família. Amigos. Trabalho. Estava perdida.

Ia começar a chorar, a gritar, a tremer com pena de si própria quando se apercebeu que amanhecia... Olhou para o céu, fechou os olhos, respirou fundo.

Levantou-se repentinamente resolvida e, em passo firme, foi até ao limiar do terraço de onde, sem contemplações, saltou do 16º andar.

 

 

Tema da semana: O Google está errado

BlaBlaBla escreve aqui

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Tema #2.4 - Lara Monteiro

24
Fev20

- Já procuraste bem? Tens a certeza que é assim tão longe?

- Sim mãe é. Tu queres ir para um lado e aquilo é para o outro! Procurei no Google e são mais de 300Km de distância!
- O Google está errado! Diz-lhe que a D.Ermelinda foi lá a outra semana e disse que era perto! Liga-lhe e diz-lhe isso, também não te pode fazer de parvo filho!
-Ligo a quem mãe?

-Ao Google filho! Não me estás a dizer que ele te disse que era longe? Ele está a enganar-te!

- Oh mãe!  O Google é…olha esquece! Tens razão! Talvez me esteja a enganar…

 

Não valia apena estar a tentar explicar à mãe o que era o Google. Tinha demência... Há mais de dez anos que estava internada na psiquiatria. Não tinha melhoras, pelo contrário, a doença aguçara-lhe também a teimosia e destruíra o bom senso. Perdera o norte e já não sabia onde vivia sequer. Agora metera na cabeça que queria ir visitar umas grutas sabe-se lá onde. Gonçalo já não sabia como a podia dissuadir. Tentara dizer-lhe que era longe… mas até uma Dª Ermelinda (imaginária!) ela tinha conseguido criar para lhe dar razão.

Havia dias que não eram fáceis. A demência destruía uma pessoa de tal maneira que, a maioria dos dias, nem a reconhecia. Não era a mãe que tanto o amava, que tudo tinha feito por ele. Era só um corpo com uma cabeça completamente alterada.

 

Quase todos os dias Gonçalo chorava depois de sair da visita. A maioria dos dias não o reconhecia e confundia-o com o pai que os abandonara quando Gonçalo era pequeno; nesses dias, ela ficava completamente alterada ao vê-lo. Às vezes, já duvidava se as suas visitas lhe fariam mais mal que bem…

 

A demência destruíra a sua mãe. Mas nunca iria destruir as boas recordações, os bens momentos que tinham passado juntos. Ela podia não se lembrar, mas ele fazia de tudo para nunca se esquecer.

Tema da semana: O Google está errado

Lara Monteiro escreve aqui

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