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Desafio de Escrita

Tema #12 Peixe Frito

06
Dez19

Cá para mim, era um plano maquiavélico. 

Isto aconteceu a uma amiga minha. Juro que é verdade. Passo a relatar:

Ora então, era ao fim da tarde, era à noite, era de madrugada, sempre a dar-lhe! Não havia descanso. De manhã era acordar com olheiras, cabeça moída e enrezignada. E não era para menos. Havia um par de bichos alados, que tinha o hábito de pousar na estrada, mesmo em frente à casa da moça, a fazer uma chiadeira um para o outro, como se tivessem na galhofa. Certo dia, a rapariga passou-se da marmita, abriu a janela, foi à varanda e grita para aqueles serres demoníacos:

- Xô pá! Raios vos partam!! Não têm outro sítio para irem cheirar?? Vá, a andar, andar daqui para fora!!

Silêncio. Os passarecos interromperam a sua conversa, olharam para ela e de certeza que pensaram:

- Olha aquela, com aquele cabelo de esgazeada, aos berros na varanda! Que má vizinhança, esta gentinha.

E voltaram a conversar um com o outro, sem ligarem peva à rapariga.

Ao fim de uns dias, nunca mais ninguém lhes pôs as oftálmica em cima. Verdade seja dita, nunca ninguém percebeu porque é que os bichos faziam ali os seus meetings a horas suspeitas.

Que andavam eles a tramar? Ficou no segredo dos Deuses."

 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam

Peixe Frito escreve aqui

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Tema #12 Gabi

06
Dez19

Algo de estranho se passava.

Mas não se apercebeu logo.

Chovia e queria era chegar depressa a casa.

Andava assim em passos largos, às vezes tortos, para contornar poças de água, ou afastar-se da berma, quando se apercebia da aproximação de mais um carro acelerado e descuidado, que na passagem projectaria água para os lados, num autêntico chuveiro, sujo e gelado.

Porque anoitecia, já passara a hora de ponta, e deixaram de passar carros, conseguiu ouvir melhor outros barulhos, menos absorventes e ruidosos

Eram sons familiares: o chilrear de pássaros.

Muitos pássaros.

Sons comuns na Primavera e Verão, mas estavam no meio do Inverno…

Procurou e localizou os sons. À sua frente, do lado direito, sobre o telhado de uma casa e nos fios de electricidade ou telefone. Eram às dezenas.

Mas não deviam ter emigrado?

Quando os viu, sentiu que também o viam.

Apeteceu-lhe dar meia-volta para não passar por eles. Lembrou-se do filme de Hitchcock. Forçou-se a continuar quando queria era dar meia volta e regressar a donde viera

Pareciam agora indiferentes à sua passagem, mas não se calavam.

Estava já perto do seu destino. Acelerou ainda mais os passos até passar a correr. Esbaforido entrou em casa e foi espreitar à janela. 

Os pássaros continuavam lá.

Se abrisse a janela, além do vento e chuva, iria ouvi-los, sem dúvida.

Foi então que como se obedecessem a ordens, qual exército disciplinado, se ergueram todos em voo. Dirigiam-se para onde estava. Pensou; o que faço? Não tenho tempo de fechar as portadas. Será que se vão projectar contra o vido? Deveria esconder‑me num armário?

Em voo rasante passaram por ele.

Respirou aliviado. Deveria ser um esquadrão atrasado, mas que agora seguia para outras paragens.  Talvez se tivessem demorado mais porque se tinham perdido na conversa. Em vez de planos de viagem, teriam abraçado outros temas, como desafios de escrita, e humanos estranhos, como ele.

 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam

Gabi escreve aqui

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Tema #12 Sarin

06
Dez19

Os rouxinóis da noite

 

O frio caiu aos rebolões pela alma da gente.

Começou por um gelo fino

 na superfície de águas turvas.

Lama, lodo em cada cais,

e a neve a tapar-nos os olhos

e um calor de fogo-fátuo a queimar-nos,

um fogo preso de artifícios que,

distraindo-nos,

nos gelava.

Congelava.

Cristalizava.

 

Os dias ganharam sombras.

As gentes ganharam sombras,

espessas,

em cada esquina,

por cima de cada ombro.

 

E o desassombro do frio invadiu o país,

gelando-nos a raiz,

ceifando-nos o pão

que quiseram de outros, nosso não.

 

E foi na noite,

mais amena,

que outras sombras nasceram

claras

quentes

prenhes de poesia.

E escreveram

E cantaram.

Trinados de esperança

A resistência pipiada em cada senha

Em cada curva da letra que fugia ao azul

E nascia na noite

Sempre a noite…

Mais clara que o dia frio.

 

Dias chegaram em que o frio se foi

E as sombras claras da noite ganharam forma

E os rouxinóis saíram de palavra em punho

De guitarra em punho

E encheram as gentes com a alma

Que haviam esquecido ter:

Esperança!

 

Cantam ainda na memória.

Aqueles pássaros não se calam.

Não se calarão na minha história.

 

Nota de roda dentada: também os oponentes do AO90 não se calam

 

Cantilena (1969)

letra de Sebastião da Gama

música de Francisco Fanhais

 

 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam

Sarin escreve aqui

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Tema #12 Miluem

06
Dez19

Foto: M.E. Dias da Silva

Foto: Wikipédia

 

Algumas colegas do Sapo costumam dizer “A natureza é maravilhosa!”, não posso estar mais de acordo!

 

Gosto do som da chuva e do vento, quando estou quentinha e abrigada, gosto de caminhar no meio da natureza, gosto de observar os animais e as flores e folhas sopradas pelo vento.


Na parvalheira perto de onde moro existem Carvalhos antigos, em dois deles moram bandos enormes de aves, um de Corvos e outro de Pegas, parece-me que eles não são dados a misturas, cada bando tem a sua árvore.


Gosto de os observar quando acordam, é uma festa, uma barafunda de pássaros a esvoaçar para cá e para lá, saem de um lado da árvore e entram do outro, será que andam a acordar os amigos, será que andam a cumprimentar a família?

 

Os dois Carvalhos ficam em polvorosa, até ficam todos prontos e saem em bando para o “trabalho”.

 

São uma vizinhança bastante animada, às vezes demais, lembram aqueles vizinhos que sabemos sempre quando entram e saem da rua…

 

Ao fim da tarde quando regressam para dormir, tenho a impressão que a algazarra ainda é maior, parecem aqueles programas de TV, de fins de tarde e de semana, a competirem pelas audiências, a ver quem faz mais barulho, só que a competição é entre Pegas e Corvos, parece que competem pela árvore mais barulhenta (será que existe algum prémio?) …

 

depois … silêncio total ...



Aqueles pássaros não se calam....

 

Mas eu adoro-os!

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam.

Miluem escreve aqui

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Tema #12 A Outra

06
Dez19

Acordo quase sempre à mesma hora com o chilrear. São eles outra vez. Os pássaros. Atrás da minha casa, nesse tempo, que parece um outro tempo tão distante, existiam muitas árvores de fruto onde os pássaros faziam os seus ninhos. Não era raro irmos à procura deles. Sabíamos que eram de melro preto ou de papinha (não sei qual o nome verdadeiro destes pássaros...) Os adultos avisavam-nos sempre: "podem ir lá ver o ninho mas se houver lá ovos, não lhes toquem, porque as mães percebem e depois enjeitam os ovos, e não há passarinhos". Nós andávamos sempre lá à volta para ver quando é que finalmente apareceriam os pássaros. Primeiro, eram umas criaturas minúsculas, quase só se lhes distinguia o bico. Depois iam crescendo, crescendo, até que certo  dia chegávamos lá e o ninho estava vazio...aí sim já lhe podíamos mexer e perceber de que era feito, um monte de ervas e paus pequeninos encostadinhos uns aos outros, numa construção de certeza demorada e minuciosa. Era um tempo mágico, da primavera ao verão...sempre ao som daqueles pássaros que nunca se calavam.

Hoje, há poucas árvores lá. Mesmo assim, esta primavera vou levar o meu filho e vamos procurar juntos por um ninho de melro preto ou de papinha, para que ele guarde também a magia de ver, primeiro os ovos, depois os pássaros e finalmente perceber que já lá não estão porque aprenderam a voar... 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam.

Outra escreve aqui

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Tema #12 Triptofano

06
Dez19

Sentiu o jacto quente a invadir-lhe as entranhas.

Ele tinha-se vindo, sem a avisar ou pelo menos fingir que estava a tentar controlar-se para ela também conseguir chegar ao clímax. Aquelas fodas eram sempre assim, bilhetes de primeira classe para o Nirvana que acabavam por ser viagens em carruagens bolorentas pejadas de caganitas de rato para lado algum, terminando com ela montada num pedaço ofegantemente inerte de carne vascularizada.

Desmontou aquele bardoto mascarado de puro-sangue, e dirigiu-se à casa-de-banho.

A médica tinha-lhe dito que a melhor forma de prevenir as infecções urinárias, que eram recorrentemente dolorosas no seu caso, era urinar depois de cada relação sexual e tomar um comprimido de furadantina.

Engoliu o comprimido e sentou-se na sanita para mijar, libertando um jacto quente, tão quente como aquele que lhe tinha invadido as entranhas poucos minutos antes. Talvez Lavoisier tivesse razão, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

Olhou para o gel íntimo com uma embalagem obscenamente resplandecente que o farmacêutico da zona lhe tinha recomendado para lavar a zona genital, porque segundo as palavras dele uma vagina bem limpa é uma vagina supimpa.

Paneleiro do caralho, de certeza que nem nunca tinha chegado perto de uma rata e tinha o desplante de afirmar à boca cheia o que era melhor para a vagina alheia. Tinha-lhe comprado a merda do gel só para não o ouvir e raramente o tinha usado, apesar de ter de admitir que quando o fazia a sensação de conforto com que ficava era desconcertante.

Olhou pela janela da casa-de-banho.

Os primeiros raios de sol começavam a aparecer, aniquilando as sombras que invadiam o seu jardim.

O jardim onde adorava escavar, remexer a terra, sentindo-lhe o cheiro e a textura.

O jardim que fazia fronteira com a casa da vizinha, uma desbocada que tinha tido o desplante de lhe dizer que não conseguia dormir com os gemidos dela, quando na verdade não conseguia era dormir com os gemidos que o marido emitia naquele vídeo que percorreu toda a aldeia, onde em toda a sua repulsiva nudez era penetrado por uma voluptuosa Shemale.

O mesmo jardim onde empoleirados no diospireiro samarrudo viviam meia dúzia de pássaros, meia dúzia de ratos com asas que não se calavam um minuto que fosse, principalmente quando ela entregava-se ao prazer de cavar.

Tinha chegado a atirar-lhes com uma pedra, a ver se eles desapareciam e a deixavam em paz, mas só tinha conseguido umas horas de silêncio, com os pássaros a olhar para ela de forma acusadora, com a ausência de som a ser brutalmente ensurdecedora.

Talvez eles apenas a quisessem avisar de algo, ou fazer companhia, ou serem cúmplices de um segredo que pressentiam que ela abrigava no seu íntimo. De qualquer das formas já os tinha aceitado na sua vida - ou será que eles é que a tinham aceitado a ela?

Um raio de sol atravessou a janela e incidiu-lhe no pulso, fazendo brilhar a pequena tatuagem de um louva-a-deus.

Relembrou a ocasião em que a vizinha abelhuda viu-lhe pela primeira vez a tatuagem, perguntando num misto de sarcasmo e exagerada ofensa moral se também ela era daquelas mulheres que comiam os homens e lhes arrancavam as cabeças depois.

Do quarto ouviu o ressonar profundo do seu bardoto, abandonado a uma simplicidade nojenta de sonhos com mamas e conas, e não conseguiu evitar rir em surdina.

Descarregou o autoclismo, e, abrindo-lhe a tampa, retirou de dentro uma faca do mato que deixava imbuída num pequeno recipiente com uma solução de hipoclorito de sódio.

Ela não era uma daquelas mulheres que comiam os homens e lhes arrancavam as cabeças depois. Ela preferia simplesmente cortar-lhes a garganta.

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam.

Triptofano escreve aqui

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Tema #12 Silvana

05
Dez19

− Estou a ficar aborrecida! Aqueles pássaros não se calam e não nos deixam ouvir o que se passa lá em baixo, no salão de baile.

− Vejo-me a concordar consigo, Lady Maria. Esses pássaros estão numa cacofonia irritante. Tal como a senhora, também gostava de ouvir o que se passa no salão.

A duquesa Celeste olhou pela janela e continuou o diálogo com a sua companheira.

− Não consigo perceber que tipo de pássaros são. Pensei que os conseguiria distinguir pelo canto. Infelizmente os meus olhos não conseguem alcançar imagens longínquas.

− A duquesa começa a sofrer as dores da idade. Já eu, não é só a falta de visão que me atrapalha. Daria tudo para que as minhas pernas fossem ágeis o suficiente para dançar com todos os cavalheiros do salão.

− Lady Maria, acha que foi por causa das nossas limitações que nos relegaram para estes aposentos?

− Talvez tenha razão, cara duquesa. Já não somos aquelas jovens que deslizavam pelos salões de baile e arrebatavam os corações dos duques e condes da nossa sociedade.

− Já não aguento este barulho, cara duquesa. Entra-me pelos ouvidos de uma forma que está a dar cabo da minha cabeça. Acho que deveríamos chamar o senhor desta casa e exigir que nos levem para o salão.

− Estou de acordo consigo. Lá por sermos mais velhas temos direito a estar no salão. Podemos já não ter o brilho de outras épocas, mas gostamos de apreciar um bom baile e…

− Estar a par dos mexericos da alta sociedade. – disseram as duas em uníssono, complementando com uma gargalhada bem sonora.

As duas senhoras começaram a fazer muito barulho junto da janela para tentar afastar os pássaros.

Estavam tão distraídas na árdua tarefa de afastar os pássaros que não se aperceberam que alguém abriu a porta e entrou no quarto.

− Minhas senhoras, o que estão a fazer ao pé da janela? Não se deviam ter levantado da cama sozinhas!

− Não está a ver todos estes pássaros aqui junto à janela? Agora estão calados, mas há pouco faziam muito, muito barulho.

A Célia olhou para o relógio e sorriu.

− Dona Celeste e Dona Maria, venham comigo. Está na hora do vosso pequeno-almoço e de tomarem a medicação.

− E estes pássaros todos? – perguntou Dona Celeste.

− Não se preocupem. Logo à noite, quando regressarem ao quarto, já não estarão cá.

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam.

Silvana escreve aqui

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Tema #12 - A Caracol

05
Dez19

É a quinquagésima nona vez que ouço o piar comum. 

Não sei qual é parte de ter que trabalhar que aquelas aves raras não percebem, mas tudo bem. 

O som torna-se estridente, alguém chamou por mim. Caraças, que raio me querem agora? 

- Chamaram? - questiono ignorando os 98676 chamamentos anteriores. 

- Não... era só para saber como estavas. 

Tão queridos, até parece que se preocupam e não querem, na realidade, não dizer nada ou só azucrinar a cabeça porque caí no degrau ou porque lancei mais uma farpa para o ar. 

Ali, naquela Gaiola, é sempre tudo muito urgente, todos piam sempre alguma coisa e é de estranhar o silêncio. Os temas variam muito, desde Joaninhas (não perguntem), passando pela infindável lista de séries que um vê (não sei como consegue), parando nas parvoíces de dois ou três que quando se juntam é um regabofe melhor que os do Algarve (não sei quem faço parte). Há o cromo, que é, literalmente, um cromo e que não, não sou eu. Há conversas infindáveis sobre chupetas, mortes e o verdadeiro sentido da vida. Normalmente, não chegamos a conclusão nenhuma e o assunto termina, invariavelmente, em dois pontos: ou comida ou parvalheira. Às vezes, a maior parte das vezes, nos dois. 

Se lhes podia mandar com um calhau e cala-los um bocado?

Podia, mas também teria a vida irremediavelmente mais enfadonha.

 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam

A Caracol escreve aqui

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Tema #12 Pedro Neves

05
Dez19
 

"Aqueles pássaros não se calam" foi mais ou menos o que pensei ao ouvir a algazarra acima, gravada nas traseiras lá de casa, numa madrugada chuvosa de outubro. O áudio ficou esquecido no telemóvel, sem uso, até que recebi o convite da malta do Desafio dos Pássaros para participar, como pássaro honorário, no seu desafio semanal de escrita criativa.

O pretexto para usar a gravação proporcionou-se assim, com este convite, dedicado ao tema "Aqueles pássaros não se calam". E, no SAPO Blogs, eles não se calam mesmo. Todas as semanas, na sexta-feira à tarde, basta passar os olhos pela lista dos posts mais recentes para perceber a dimensão do fenómeno. É um bocadinho como assistir a um bando de pássaros a dançar no céu com movimentos oscilantes. Quem vê de fora, não imagina como é que fazem para sincronizarem tudo. No caso do bando virtual de pássaros, a receita é simples: uma pitada de boa disposição, o estímulo do desafio, o treino da criatividade e a recompensa da partilha.

É um raro exemplo em que podemos dizer que uma boa ideia, efetivamente, ganhou asas.

 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam.

O Pedro Neves escreve aqui

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Tema #12 Miss X

04
Dez19

Có, có, ró, có.

Tenho asas e não voo

Canto cedo e não me calo

Sou galinha, ponho ovo

E namoro com o galo

 

Glu gluuu gluuu!

A galinha não se cala

Chamou-me canguru

Mas prefiro ser um coala

- gorgoleja o peru

 

Crrác crrác!

Sou pássaro falador

Falo tanto que até desmaio

Tenho penas cheias de cor

OLÁ, sou o papagaio

 

Cuá, cuá, cuá!

Sou pássaro mágico e profeta

Negro como a noite o meu corpo

Voando no verso de um poeta

Na rima serei sempre o corvo

 

Grou, grou! gru, ru, gru ru! ru lu!

De asa branca ou correio

Estou sempre a namoriscar

Ou à procura de migalhas

Sou pombo no arrulhar

 

Piu-piu piopio, pipio!

Pássaro sou e serei

De chilreio, assobio e canto

Para sempre cantarei

Mas males não espanto

 

Tema da semana: Aqueles pássaros não se calam 

Miss X escreve aqui

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