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Desafio de Escrita

Tema #4 Miss X

09
Out19
Beatriz, mulher louca

Que de gritar ao mundo não

Quedou-se-lhe a voz rouca

Ninguém lhe dava razão

 

Da mulher que diz não

Dizem que é louca ou mentirosa

Nem Eva o disse a Adão

No desflorar da sua rosa

 

Para dizer não,

Bravura não é preciso

Tal como numa oração

Basta dizê-lo breve, incisivo

 

E agora?

Sussurra o mundo

Impávido, quase que chora

Pelo inesperado não rotundo

 

Um não é um sim

Sempre ao contrário

Poucos o percebem assim

Mas que triste rosário!

 

Um não não é ditadura

É direito conquistado

Não é diabrura

Nem um sim enjaulado

 

- E agora?

- Não é não! - responde teimosa.

 

Porque o não de Beatriz,

vem do coração profundo,

enraizada cicatriz

que não revelará ao mundo.
 
 

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Miss X escreve aqui

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Tema #4 Fátima Cordeiro

09
Out19

Intervenção da narradora-autora: Então Guillaume contou. Contou que tinha estudado no Collège Saint-Alyre, colégio católico francês muito prestigiado. Estudava e vivia lá. E gostava de jogar futebol. Aos 12 anos descobriu que lhe dava prazer ver os outros rapazes nus, no final dos jogos ou na pensão do colégio. Aos 14 teve duas experiências homossexuais. Mas ao mesmo tempo começou a sair com meninas. Aos 16 namorou uma das meninas mais bonitas do colégio, a Angélique. O namoro só durou um mês. Tentou ter relações sexuais com ela duas vezes. Mas nunca resultou. Por isso o namoro acabou. Depois disso, desistiu de procurar mulheres. Dos 16 aos 18 todos os anos Guillaume teve uma aventura com um rapaz diferente. Mas aos 18 a directora do colégio descobriu. Ouçamos Guillaume:

Guillaume: Tinha passado a noite com um rapaz, escondidos, no ginásio do colégio. Mas alguém viu – nunca soube quem – e foi contar à directora, Béatrice Rochechouart. E a directora disse logo que eu não podia ficar.

Guilherme: Expulsou-te, portanto.

Guillaume: Oui… Sim.

Guilherme: O que aconteceu? Como reagiram os teus pais?

Guillaume: Ficaram muito zangados comigo. Durante o resto do ano lectivo não me deixaram sair de casa. Châtiment. Depois, em Setembro, matricularam-me no liceu mais perto de casa. Assim terminei o liceu. Mas decidi nessa altura começar a trabalhar e estudar. E tornei-me fotógrafo. Só aos 30 anos fiz a degré… Licenciatura!... J’ai Diplôme National d'Art.

Intervenção da narradora-autora: Guilherme raramente interrompeu o relato de Guillaume. Sentia a boca seca. Pediu mais uma cerveja e foi bebendo. Depois de Guillaume se calar, durante uns dois minutos que pareceram duas horas, continuou sem falar.

 

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Fátima Cordeiro escreve aqui

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Tema #4 Osapo

09
Out19

Não tens as luas todas …

Disse-lhe que não e desliguei sem adeus. Aquela relação fazia-me panicar ...

Chamo-me Beatriz, 30 anos, arquiteta, precária e vivo sozinha (exceto quando a minha mãe e as amigas entram-me pela casa dentro, quase sempre, quando o Tony Carreira atua no Pavilhão Atlântico).

Não tenho animais, embora estejam por aqui alguns bichos que entraram ilegalmente e não estão a querersair.Bom, tinha um gato (ou imaginava), mas já era.Não tenho pachorra para ter plantas.

As regras afligem-me. Talvez por isso não queira ser mãe. Sinto medo de ser incapaz de tratar de uma criança.

O Diogo era o meu gato desde há uns meses. Conhecemo-nos algures, pouco importa.

Solitária, deixei-me ir. Fui gostando e desgostando (nunca uma paixão assolapada). Umas vezes mais, muitas outras menos. Não era o idealizado (nós idealizamos sempre um tipo, mesmo que juremos que não).

Aos poucos fui desesperando. Esperar horas por resposta a uma mensagem tirava-me do sério. Nunca fui acelerada, mas aquele gajoenervava-me.Depois os constantes desvios de conversa. Sentia-me sempre a ser ludibriada. Era apenas uma encenação fraca de uma personalidade medíocre.

Como gaja procurei pela net coisas sobre ele, incluindo redes sociais e tinder. Vivia dependente de qualquer sinal. Anulava-me. Li sobre isso no blog desafio dos pássaros.

Nunca fui miúda de namorar muito. Mas tive os meus casos. Uns melhores. Outros assim. Mas como este nunca. Não podia continuar.

Tinha terminado uma relação pouco sólida. Uma decisão maturada. Fiquei contente comigo.

Nos dias seguintes assaltaram-me dúvidas que me deixaram à toa. Fiz bem? Ese aquelas histórias aconteceram mesmo? E se o “reconstruisse”?

A minha amiga Matilde, trintona também, está a passar pela mesma situação. Temos uma teoria que os gajos são assim porque “aprendem todos pelos mesmos livros”.

Ela refere muitas vezes uma frase do avô: “não caças com cão, caças com gato”.

Possas, é assim? Tem que ser mesmo assim?

Seria da idade? Aquela coisa que nascemos para casar e ter filhos, está-me no sangue? Estas dúvidas acontecem a todas?

Estava nestes pensamentos quando dei por mim a ligar para o Diogo. Desliguei mal ouvi o primeiro toque. Sentia vergonha e afloraram-me lágrimas que teimei em não deixar escorrer.Lembrei-me da minha avóque dizia frequentemente “não tens as luas todas”.

O telemóvel tocou. Atendi de imediato e ouvi a voz dele “vamos sair bebé?”.

E estupidamente recostei-me no sofá, cruzei as pernas e sorria …

 

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Osapo escreve aqui

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Tema #4 Avó Cool

09
Out19

Beatriz dizia sempre que sim,

Faz favor, perdão e obrigada.

Justificava-se por tudo e por nada.

- Desculpa respirar, não quero incomodar.

 

O amor é um pássaro com miopia, nunca a via.

E Beatriz desistia.

Entre discussões e palavrões, ficava por dizer o não.

Sumia-se a voz, um fio de opinião.

 

Um dia, já farrapo de mulher, duvidou:

- Que ave é esta, afinal, que come o coração e a razão?

Aconteceu então,

a Beatriz disse que não. E agora?

Agora há um pássaro desasado a pensar em quem perdeu.

Beatriz não vai voltar. Se o amor não era aquilo, agora é ela a voar

 

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Avó Cool escreve aqui

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Tema #4 Peixe Frito

09
Out19

Eu gosto de apresentar opções válidas, para que a situação fique resolvida a bem para ambas as partes.

Se há coisa que têm graça, é que das primeiras palavras que uma criança diz, é “não”. Está uma pessoa a fazer perguntas e alguns até para dizerem “sim” com a cabeça, fazem o gesto de “não”. Há quem diga que são influências dos pais, que passam a vida a dizer, “não mexas aí”, “não cheires”, “não fedas”, “não estejas acordado durante a noite quando o pai e a mãe querem dormir” e coisas do género. Se assim fosse, porque é que seria apenas a palavra “não” e não o resto do vocabulário a sair com tanta velocidade?

Porém, eu acho mesmo que é um modo de arreliar os pais, por estes os andarem sempre a manter com rédea curta. Do género: “Ah não queres que eu faça isto ou aquilo? Que deixe de mandar coisas ao chão? De pôr a pomada na boca, quando me estás a mudar a fralda ou que te mande um chichi durante esse mesmo trocar? De mexer nos comandos da televisão? De me levantar do penico depois de fazer chichi não esperando por ti me levantando e trazendo o bacio pegado à pernoca e encher tudo de chichi? (esta é digna de um mega “NÃOOOOOOO” que até abana os alicerces da casa) Pois bem meus caros, é precisamente isso que vou fazer!!”

Quando os petizes nos respondem com um “não” após lhe pedirmos alguma coisa, convém sabermos negociar invés de os querermos encher de palmadinhas naquele rabo rechonchudo. Aliás, eu sou a favor que os pais tenham formação com os negociadores da polícia, que aprendem a negociar com os criminosos para os reféns serem poupados. A sério. Já viram bem o quanto poupam as mãos de palmadas (uma mal dada, dói à criatura e dói à malta. Quer no emocional por os vermos a chorar, quer no físico, que dá-se mau jeito ao pulso), horas infindáveis das crianças lubrificarem os olhos, outras tantas de sangrarmos dos ouvidos por os ouvir berrar e a dar corda à bela da birra, além da paciência que têm de se ter quando os pomos de castigo e termos de estar de guarda montada, para eles não saírem do sítio à socapa? Sem mencionar o desgaste das cordas vocais, por se refilar com eles.

Diz que não? Ora então, vamos lá negociar a situação: fazes a bem ou fazes a bem ou… fazes a bem? A escolha é tua.

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Peixe Frito escreve aqui

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Tema # 4 A Outra

08
Out19

Se havia alguém que a podia ajudar, esse alguém era a Beatriz. Sempre que lhe pedia ajuda, ela ia, deixava outros compromissos e consigo.

Mesmo que não se falassem, ou encontrassem há muito tempo, Marta sabia que podia sempre contar com Beatriz.

Marta, ultimamente não tinha sido uma grande amiga e muitas vezes até tinha podia ter feito alguns ajustes à sua agenda para se encontrar com Beatriz, para um café ou quem sabe jantar, mas o tempo ia passando e ela deixava sempre para depois. Beatriz estaria lá sempre, de qualquer maneira.

Decidiu ligar a Beatriz e contar-lhe tudo o que se tinha passado. Só havia uma coisa com a qual a Marta não contava...A possibilidade de algum dia a Beatriz lhe dizer que não. Foi o que aconteceu. A Beatriz estava cansada de que lhe ligassem apenas quando precisavam da sua ajuda, como se não valesse para além daquilo que sabia e não tivesse mais nada para oferecer...

Decidiu apenas que não, desta vez não ia deixar tudo de lado para ajudar a Marta. Estava na hora de escolher estar apenas com quem queria verdadeiramente a sua companhia. Sentiu-se incrivelmente leve ao dizê-lo, não se sentia culpada por não ir!

Pensando bem, vivera tanto tempo a largar tudo e para ajudar todos os que lhe pediam que se distraiu de si. Não sabia bem quem era, nem o que procurava. De uma coisa tinha a certeza: estava a procurar no lugar errado. O que ela precisava não estava fora. Estava bem dentro dela, pronto a ser descoberto. Aquele NÃO foi o porto de saída de Beatriz para a sua enorme viagem… ao interior.

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Outra escreve aqui

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Tema # 4 Catarina Reis

08
Out19

Beatriz disse que não e agora questionava se deveria ter dito sim. No fundo sabia que não devia desperdiçar aquela oportunidade por causa de um receio.

O não saiu de imediato assim que abriu a boca. Antes mesmo de raciocinar já a palavra lhe saltava dos lábios.

Uma parte dela queria ter dito que sim. Sim iria à formação que lhe foi proposta. Iria por os pés num avião e voar até ao destino.

Outra parte tremia de medo com tamanha possibilidade. Nunca tinha ganho coragem para enfrentar este medo que tinha desde criança. Voar era uma coisa que a aterrorizava.

Agora este receio punha em causa o seu trabalho. Não podia esperar conseguir progredir na carreira se recusava este tipo de oportunidades. A chefia havia recomendado que pensasse melhor. O prazo para a resposta final estava a terminar e ainda não se tinha decidido.

Quanto mais pensava no assunto mais ansiosa ficava. Por fim decidiu dizer sim. Na pior das hipóteses tomava uns calmantes antes de embarcar e dormia o trajecto todo.

 

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Catarina Reis escreve aqui

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Tema #4 Ana Mestre

08
Out19

A Beatriz disse que não. E agora?

Beatriz, 2 anos de idade, brinca á beira da piscina insuflavel que os pais lhe compraram.

Chapinha na água com a sua mãozinha gorducha e ri ...

A mãe chama-a :

-Beatriz?!

Nada...

-Beatriz?! Beatriz?!

Somente silêncio por resposta...

-Beatriz, estás a ouvir a mãe ?!

A Beatriz volta-se e com um sorriso malandro, responde:

-NÃO !!!

-Não, como não? - pergunta a mãe tentanto esconder a vontade de rir .

-Não!! -repete a miuda do alto dos seus 2 anos ... A Beatriz não é Beatriz !

A mãe pergunta :

-A Beatriz não é Beatriz porquê?

-Porque a Beatriz é Bia !

 

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Ana Mestre escreve aqui

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Tema #4 Candeias

08
Out19

A Beatriz disse(-lhe) que não. E agora?

Muitos são os nãos que ouvimos durante a nossa vida e a Beatriz disse(-lhe) que não. A Beatriz fora o rosto de todos os nãos que ela já tinha recebido na vida! É certo que, nem todos os não's são maus. Há o não, não chumbaste no exame, há o não de, não, não tens nada de grave, há o não de, não não és tão frágil quanto julgas mas...na verdade olhamos sempre para o lado negativo de um não!

A Beatriz disse(-lhe) que não. Mas não o quê?

Não devemos julgar...

Não devemos rebaixar...

Não devemos denegrir...

Não devemos deixar que nos agridam...

E ela não tinha sido protegida desses não's! Pelo contrário...fora julgada, rebaixada, denegrida! A Beatriz disse(-lhe) que não. E agora? Agora, ela avisou-a de que não deve aceitar tudo e rebaixar a cabeça!

Deve dizer NÃO!

Chega!

Basta!

Não devemos deixar que nos agridam...e ela deixou. Foi física e psicologicamente violentada desde nova.

A Beatriz abriu-lhe os olhos mas já era tarde. Nessa noite quando se preparava para dizer NÃO, não quero mais isto, foi morta às mãos do companheiro. E ninguém olhou para o caso dela antes de ser tarde demais, ninguém a ajudou, ninguém lhe deu atenção e a Beatriz não viu os sinais a tempo. A sua amiga morrera. Todos ficaram destroçados com o desfecho mas, até lá, ninguém fez nada. E a Beatriz tentou...e não foi a tempo.

Não aceites pressões psicológicas...

Não aceites violência seja ela de que tipo...

NÃO HÁ JUSTIFICAÇÃO PARA SE SER UM MAU SER HUMANO!

NÃO HÁ JUSTIFICAÇÃO PARA A AGRESSÃO...

DIZ NÃO...

A Beatriz disse(-lhe) que não. E agora?

Não fora a tempo.

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Candeias escreve aqui

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Tema #4 Triptofano

08
Out19

Foda-se!

Toda a casa vibrou com a gaveta da cómoda agressivamente fechada e continuou a vibrar perante os murros coléricos desfechados por Samuel na tampa da mesma.

Puta. Cabra de merda. Vaca do caralho.

A face de Samuel era uma mistura entre o grotesco e o hediondo, com os olhos tingidos de sangue e as veias do pescoço prestes a rebentar, mas bastou uma milésima de segundo para toda a agressividade se diluir na atmosfera e ser substituída por uma agonia sofrida intercalada entre soluços mudos.

Ela não merecia ser chamada de puta. Ela deveria ter as suas razões. Ela sempre tinha estado lá para ele. Ela devia ter mandado aquela mensagem a dizer que não porque algo de grave se tinha passado. Ela não o ia deixar. ELE PRECISAVA DELA.

Filha de uma PUTA!

Samuel arrancou mãos cheias de cabelos enquanto emitia um som guturalmente animalesco, enquanto recordava a mensagem onde Beatriz dizia que não.

Tacteou o bolso das calças até encontrar o blíster com os comprimidos de Tegretol. A médica disse-lhe para não ler a bula do medicamento, para não se assustar com as referências a epilepsia e convulsões. No caso dele os comprimidos ovalóides serviriam para controlar as mudanças de humor, para não haver tantos vales e montanhas, mas sim uma estrada mais plana.

Samuel raramente tomava os comprimidos. Enfiou três de uma vez na esperança de acalmar a tormenta de sentimentos que devorava todos os espaços intersticiais do seu organismo.

Tentou respirar fundo mas vinha-lhe constantemente à boca um refluxo estomacal que só por mero acaso não o fez vomitar descontroladamente, tão descontroladamente como era a paixão odiosa que sentia por Beatriz.

Passou ao de leve com as pontas dos dedos nas marcas das vergastadas que há três dias atrás tinha sofrido sob o seu comando, e não conseguiu evitar ter uma erecção. Uma erecção que lhe fez recordar as pequenas cicatrizes que ainda tinha nos testículos de uma sessão especialmente dolorosa e satisfatória que envolvera pinças e corrente eléctrica.

Samuel trabalhava num daqueles escritórios cinzentos amorfos onde toda e qualquer réstia de felicidade é aniquilada por dezenas de folhas de Excel e um qualquer prazo impossível de cumprir.

Chefiando uma equipa de 12 corpos sem alma, o dia dele era regurgitar ordens e despedir quem não aguentasse o ritmo da morte acelerada, sem sequer pestanejar ou dar-se ao luxo de sentir algo mais do que monotonia.

Por isso é que Beatriz era importante. Ela fazia-o sentir vivo. Ela era o ar que os seus alvéolos colapsados por uma doença pulmonar crónica obstrutiva precisavam. Ela era pão mastigado para a boca faminta e desdentada que ele escancarava para o mundo.

Abriu de novo a gaveta.

Viu o arnês que ela uma vez lhe dissera conferir-lhe uma masculinidade viril ao torso que tanto lhe agradava, pousado em cima da fralda para adultos, com manchas ressequidas de mijo, que o obrigava a usar quando o castigava por essa mesma masculinidade viril.

Pegou em tudo e com um novo acesso de raiva atirou com as coisas contra a parede.

VAI-TE FODER SUA PUTA DE MERDA!!!

O telemóvel tocou.

Samuel precipitou-se na direcção dele com o coração na boca e a alma algures perdida entre o amor e o ódio.

Estou sim Bea...

(...)

(...)

(...)

Sim amor, claro que vou buscar as crianças à escola!

 

Tema da semana: A Beatriz disse que não. E agora?

Triptofano escreve aqui

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