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Desafio de Escrita

Tema #15 Outra

05
Jan20

Sobre o tema #15, o Rodolfo (Escreve-se com O , não com U) ficou tão traumatizado com o facto de lhe escreverem mal o nome que decidiu que a única prova a que submeteria o novo pai-natal seria um desafio de escrita...do seu nome...

Sabem que mais? estragava-se o natal se não fosse um rapazinho chamado Rodolfo que chegou e passou com distinção no teste!

 

 

Tema da semana: O Pai Natal decidiu reformar-se e as entrevistas começam esta semana. Descreve uma dessas entrevistas na perspectiva do recrutador de recursos humanos: A Rena Rudolfo.

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Tema #16 Bla Bla Bla

05
Jan20

Desde tenra idade que sempre soube o que queria fazer quando fosse grande.

Tracei o meu percurso escolar com vista nesse objetivo ainda que não fosse necessário já que à anos que a média para esse curso roçava o negativo.

Mas para mim o suficiente nunca foi suficiente, e por isso sempre me esforcei por ser a melhor.

A primeira vez que disse a uma pessoa, que exercia essa mesma profissão, que ia tirar o curso para fazer o mesmo que ela respondeu-me que era o pior erro que ia cometer na minha vida.

Ainda hoje recordo essas palavras tão quentes que me queimam.

Com a arrogância da adolescência odeia-a por isso e forcei-me por acreditar que ela só o havia dito com medo que a superasse e lhe roubasse o lugar.

Mas no fundo sabia que não.

Já no curso tive de me conformar com as evidências e admitir que não tinha sido uma boa escolha. Mudei de área. Uma volta de 360º porque se fosse menos que isso não ia suportar a semelhança. Ou fazia aquilo que sempre quis ou fazia algo totalmente diferente.

E assim foi.

Anos passaram e fui evoluindo no trabalho. Devagar. Mas fui crescendo. Até que dei por mim apaixonada.

A adrenalina que o trabalho me dava era tanta, tinha tanta fome, tanta gana e paixão, que comecei a roubar tempo à família para trabalhar.

Quem corre por gosto não cansa. Até um dia.

Até o dia em que te dizem /Calma! Tenho aqui algo para ti completamente diferente/. O oposto. E mais uma vez eu aceitei e dei outra volta. 180º.

Se pudesse escolher faria o que sempre desejei desde criança.

Na realidade, não podia estar mais longe.

Mas dou por mim a sentir que estou exatamente onde devia estar.

E mesmo que ainda não tenha entendido o que é suposto fazer em todos os aspetos da minha vida tento focar-me neste principio: aconteceu porque tinha de ser.

/Tem de acontecer, porque tem de ser/

/E o que tem de ser tem muita força/

/E sei que vai ser, porque tem de ser/

/Se é p'ra acontecer, pois, que seja agora/

/Seja agora/, DEOLINDA

 

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer

Bla Bla Bla escreve aqui

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Tema #16 Isabel Silva

05
Jan20

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Quantos anos dizes que tenho? ah, pois é, tenho tenho.

E olhamos para dentro e não vemos tantos anos, mas por fora...já não corremos da mesma maneira, e já tomamos uns quantos comprimidos por dia. Afinal tenho esses anos todos. Reconhecemos o orgulho de os termos, e daquilo em que nos transformamos, e afinal gostamos. Mas continuamos à nora, sem sabermos muito bem o que é ser adulto, e o que há a fazer. No entanto podemos divagar sobre o assunto.

Ser adulto é chato! Temos que ser mais responsáveis, mais atinados, fazer a cama, pensar o que vamos cozinhar, ter um emprego (ou mais) e fazer muitas contas para que o dinheiro chegue para tudo, (todos sabemos que não será bem assim para todos...).

Ser adulto é bom! Podemos mandar, e tomar decisões. Fazer o que achamos melhor, sem ter outras pessoas a dizer-nos se o podemos fazer ou não.

Ser adulto é ter saudades! Ter saudades de sermos crianças e de termos menos responsabilidades. É ter saudades de brinquedos, bonecos, jogos, filmes e livros que adoramos, e que entretanto se perderam no tempo.

Ser adulto é fazer cara séria e respondermos como deve de ser, para não sermos apelidados de malucos.

Ser adulto também é sofrimento. É termos a percepção de que as nossas pessoas desaparecem da nossa vida, e não temos uma palavra a dizer sobre o assunto. 

Ser adulto é um curso continuado de sentimentos que sobem e descem ao sabor da vida, quando ela nos põe à frente sustos, desgostos, e felizmente também coisas muito boas que agarramos com ambas as mãos. 

Mas, no fundo a maioria de nós, não sabe o que é ser adulto. Andamos às apalpadelas, a tentarmos ser aquilo que querem que sejamos, a fingir que sabemos o que estamos a fazer. Mas...nem por isso. Valha-nos a inspiração e o improviso que faz com que nos safemos razoavelmente, mesmo sem saber como. 

Tema #16 Casa da Gorda

05
Jan20

- Bom dia meninos e meninas. Espero que tenham todos completado os vossos trabalhos de casa como vos pedi, porque hoje vão vir todos ao quadro ler a poesia que escreveram. Custódia, queres começar?

- Querer nem per’isse, mas s’a professora insiste, cá vai chourice.

 

Sobre a vida adulta muito gostaria de saber

Mas ainda nã entendi o q’uê pa fazer

A nha mãe diz que um homem rico tenhe d’arranjar

Mas eu preferia um borracho encontrar

 

“Os borrachos são todos uns pelintras” diz a mãezinha

O que deixa às voltas a minha cabecinha

Queria tanto um gaije fogoso

Que viesse direite a mim tode guloso

 

Em vez disso um gordinhe hei de arranjar

Um palerma para as minhas contas pagar

Uma amiga lerda vou encontrar

Para sua linda cabeça azucrinar

 

No sábado fui à pichina municipal com a Bernardina

E lá encontramos a Clementina

Não era fruta suculenta

Era a vizinha do quarto esquerdo que tem uma verruga na venta

 

Dei valentes mergulhos e apanhei um escaldão

Que me deixou a parecer um cagalhão

A minha mãe deu-me cabo da cabeça

Porque não há meio que eu lhe obedeça

 

 

Depois sentei-me a fazer os trabalhos de casa

E dei com o piriquite com pulgas na asa

Fiquei logo cheia de comichões

Tava capaz de comer um prato de mexilhões

 

Este trabalho parece-me muito cansativo

Até se me começa a apitar o ouvido

Otites eu preferia não arranjar

Mas é difícil para caraças arranjar merdas para rimar

 

Só que a professora queria poesia sobre a vida

E eu não quis ficar comprometida

Por isso estes versos enjorquei

Que as voltas todas lhe troquei

 

 

- Obrigada Custódia, és uma verdadeira poetisa.

- Sei que não está grande pastel, mas não precisa d’ofender.

- Poetisa é uma mulher que escreve poemas muito bonitos.

- Bom nesse caso mun’t’óbrigade, mas deixe-me que lhe diga c’a professora tem um gosto de bosta.

- Bom, eu não diria isso…

- Deixe lá professora, tudo na vida tem uma categoria p’a estar e o meu talente para as letras está na categoria de trampa.

 

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer

A Gorda escreve aqui

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Tema #16 Inês Norton

05
Jan20

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Na infância queria crescer

Ser adulta forte e independente viver

Na adolescência pensei descobrir

O propósito de existir

Mas nada veio a passar

Como acalentou o meu sonhar

Ainda assim tentei manter viva

Dentro de mim a criança

Para ter fé e esperança

E força para tudo enfrentar

Mas sobre a vida adulta:

Por mais que o cérebro sinapse,

Ainda não entendi o que é para fazer..

 

Por que sem nada atingir

Sem nada a mostrar

Limito-me a viver…

Quiçá com fé num novo

Começar e vá um dia chegar

Que eu entenda o que vim cá fazer

Como adulta, como mulher, como ser

 

 

 

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer

Inês Norton escreve aqui

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Tema #16 Lara Monteiro

05
Jan20

- Maria tu achas que vamos ser felizes quando crescermos?

- Não sei Francisco. Porque perguntas isso? - Maria e Francisco eram os melhores amigos desde a creche e, agora já na escola primária, continuavam sempre juntos!

- Não achas que os adultos andam sempre a correr de um lado para o outro? Parece que andam sempre tão ocupados...muitas vezes não têm tempo para brincar connosco, deixam-nos na avó ou nos tios... trabalham em casa quando supostamente o trabalho só devia ser fora não era?

- Sim, tens razão. A minha mãe está sempre a dizer-me para aproveitar enquanto sou criança porque quando crescer vou ter muitas responsabi-li-da-des...acho que é assim que se diz...

- Pois a minha também me diz isso mas ainda não percebi muito bem o que me quer dizer. Ainda não entendi o que é para fazer quando formos adultos! É ter filhos e um trabalho? E como escolhemos isso? Eu quero ser tanta coisa!!!!

- Sim, é verdade. Às vezes também não entendo muito bem quando é que nos vamos tornar adultos. Não sei se nos avisam ou se nós é que decidimos. Mas sei que quando tiver filhos gostava de poder brincar com eles como a tua mãe faz contigo... a minha quase nunca está em casa e mal em tempo para falar comigo quanto mais brincar...

Francisco abraçou a amiga. Sabia que ela sofria com as constantes ausências da mãe. E não era por serem crianças que eles não tinham sentimentos, ao contrário do que às vezes os adultos pensavam.

-Não sei como vai ser Maria, mas se puder escolher, acho que vou decidir ser criança e não adulto. Assim vamos estar sempre juntos e, quando a tua mãe não estiver, estou sempre eu contigo para brincar!

- Obrigada. És o melhor amigo do planeta.

Abraçaram-se novamente. Não sabiam como seria o futuro. Mas ali, prometerem nunca mais se separar.

 

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer

Lara Monteiro escreve aqui

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Tema #16 Mula

05
Jan20

Disseram-me que crescer era trabalhar, casar, ter casa e carro, ter contas para pagar e decisões a tomar. Então eu cresci - essencialmente para os lado -, arranjei trabalho, casei, comprei casa e carro e contas era o que não faltavam para pagar. E assim vivi. Cresci cedo, muito cedo, ainda sem o peso da responsabilidade do que era ser um adulto. Aprendi on job, sem espaço para formação ou worshops. Não aprendi, fui aprendendo à medida das necessidades. Não vivi, fui vivendo à medida das possibilidades. Não amadureci, fui amadurecendo à medida das obrigatoriedades. Fiz tudo o melhor que sabia, com as ferramentas da infância e da adolescência, cresci o melhor que consegui. Fui caminhando sem saber muito bem por onde estava a pôr os pés. Caí tantas e tantas vezes, cometi tantos e tantos erros e tantas vezes os mesmos. A verdade é que ninguém nos diz o que fazer ou como fazer. Não há formulas mágicas, ou certas e definidas. Mas defini objetivos, tracei planos.

 

Mas os objetivos não se cumpriram e os planos saíram furados. Deixei de ter casa própria, descasei-me e regressei ao quarto de infância, as contas reduziram-se para metade - haja alguma coisa boa na regressão! - e as decisões... Tantas que foram adiadas... Fiz e desfiz e continuarei a fazer e a desfazer enquanto não entender o que é para fazer.

 

Tomar decisões parece cada vez mais difícil, com os anos. Não deveria de ser ao contrário? Com o tempo ,decidir, não deveria de ser mais fácil? Não deveríamos de ganhar prática? Mais traquejo?

 

Quando era mais nova, já tive um livro carregado de texto, bem escrito, definido.

 

Neste momento sinto que tenho um livro de rabiscos...

 

Não, definitivamente ainda não percebi o que é para fazer... E sinto que conduzo esta pseudo-adultez de modo cada vez mais atabaolhado.

 

 

Tema da semana: Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer

A Mula escreve aqui

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