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Desafio de Escrita

Tema #3 - M

30
Set19

O corta-vento

Quando ela abriu a porta de casa já não estava a chover, mas ainda cheirava a terra molhada. Pegou no corta-vento amarelo que o pai lhe tinha dado nos anos e fechou a porta atrás de si.

Chegou ao parque e seguiu o plano que tinha delineado antes de sair: sentar-se a ler o livro da Alice no terceiro banco, o amarelo, a contar da árvore grande. Se tudo corresse como planeado, o cãozinho deveria aparecer cerca de quinze minutos depois, ia dar uma volta ao parque e depois três voltas ao banco amarelo. O dono apareceria cerca de dez minutos depois, iria assobiar e o cão iria a correr. Uma festa no lombo e ambos iriam embora. Todo o sucesso do plano dependia do cão continuar a dar as três voltas ao banco com alguém, ela neste caso, lá sentada.

O tempo foi passando e ela foi olhando para o relógio, por cada dez vezes que olhava, mais ou menos um minuto passava. Tentou relaxar e conseguiu reduzir para três relances por minuto.

Viu-o correr lá ao fundo, viu-o terminar de dar a volta ao parque e, depois, viu-o dar a primeira volta ao banco amarelo, onde ela estava sentada. Seguiu-o com os olhos e viu-o a começar a segunda volta e, antes de começar a terceira, ela abaixou-se na altura certa e pegou-lhe ao colo. Ela podia jurar que o viu sorrir e, de certeza, que o ouviu dizer, — estava a ver que nunca mais. O pêlo dele era curto, mas suave e estava ligeiramente húmido, talvez da chuva que tinha caído de manhã. Uma única mancha castanha na barriga decorava o corpo branco. Ele sentou-se no colo dela e ficou quieto, a arfar, a descansar, à espera. Dez minutos depois ele chegou e assobiou, como previsto. Parou lá ao fundo quando viu que o cão não vinha e começou a procurar, nervoso, e depois viu-o. Sorriu e começou a caminhar.

Tinham passado sessenta e sete dias desde que ela tinha conseguido sair de casa, sessenta e três desde que ela tinha visto o cão através da janela pela primeira vez, cinquenta e nove desde que ele a tinha visto através da janela e a tinha chamado.

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

M escreve aqui

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Tema #3 . Silvana

30
Set19

why-complicate-life-write-your-thesis-cell-write-y

O tema desta semana apela a uma escrita mais pessoal. Ao longo da vida somos presenteados por diferentes momentos que nos marcam, quer positivos quer negativos. Podia invocar aqui muitos, mas vou recordar o mais recente: o doutoramento.

Fazer doutoramento não era um objetivo a curto prazo. Era um sonho para ser concretizado mais tarde. Mas a vida gosta de nos pregar partidas e abala com os nossos planos. Em 2012 fiquei desempregada. Fui trabalhando noutras coisas, contudo sentia-me cognitivamente pouco estimulada. Precisava de algo que me fizesse pensar e que fosse desafiante. Tanto pensei que, em 2014 decidi candidatar-me a doutoramento. Tinha algum dinheiro de reserva e pensava candidatar-me a uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia.  

Foi um percurso cheio de buracos no caminho. Caí muitas vezes ao chão, levantei-me outras tantas. Candidatei-me três vezes a bolsa, sem sucesso. Esfolei-me a trabalhar, aproveitava tudo o que me era possível para ganhar dinheiro. Desenvolvi o meu projeto de investigação ao mesmo tempo que colaborava com outros projetos, dava aulas a alunos de mestrado e ganhava outro tipo de experiência profissional. Estive longe de fazer um percurso linear, porém foi cheio de aprendizagens e onde conheci pessoas fantásticas.  

Apesar de todas as dificuldades, o dia da defesa chegou mais depressa do que aquilo que eu estava à espera. É um dia onde as emoções ficam demasiado intensas, em que sentimos que tudo poderá correr muito bem ou muito mal. No meu caso correram muito bem. Ainda com direito a lágrimas, porque a minha orientadora emocionou-se e eu não me consegui controlar. Será sempre uma pessoa que irei recordar para a vida e de quem não quero perder o contacto. Devo-lhe imensas coisas e ser-lhe-ei sempre grata por todas as oportunidades que me proporcionou.

Um dos meus objetivos com o doutoramento era conseguir mudanças na minha vida profissional que me permitissem conquistar a minha total independência (pessoal e financeira). Até ao momento esse objetivo ainda continua por concretizar. Só passaram dois meses desde que terminei, tenho de ser um pouco mais paciente e confiar no futuro. Quero acreditar que as coisas serão diferentes e, num piscar de olhos, a minha independência será conquistada. Nem sempre é fácil manter um espírito otimista, principalmente quando penso em todo o meu percurso e nos sacrifícios implicados e das coisas que abdiquei. Mas lá chegarei.

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

Silvana escreve aqui

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Tema #3 - Magda

30
Set19

Ora aqui está um tema diferente... um momento que me tenha marcado. Tantos, mas tantos... principalmente porque,  enfim, pronto, há coisas que só a mim.

Podia contar-vos do Momento muito Ups que me aconteceu na feira do livro em 2016. Ou das vezes que saio de casa sem ver como vai estar o dia e acabo de sandálias num dia de chuva. 

Também podia contar que, no outro dia, fui ao médico buscar uma receita para uma RM com anestesia (tentei fazer sem anestesia mas ia fugindo) e, já na consulta, descobri que me tinha esquecido da receita original em casa.

E das quedas e quedas que já dei?

Mas o que vos contar - se o número limite de palavras deixar - passou-se em meados de 2007 no meu local de trabalho.

Como sabem trabalho num banco e com atendimento ao público (apesar de não ser num balcão). Agora Imaginem a cena. Eu com uma mantinha nas pernas que estava frio e uma bruxa ao lado do computador. Na altura trabalhávamos num espaço ao lado dum balcão e com ligação interior entre o nosso espaço e o balcão. Por esse espaço entrou um senhor com a gerente do balcão que se dirigiu a mim e ao meu colega e nos cumprimentou. 

Cumprimentei o homem e virei-me para o computador. E ele foi fazendo perguntas e eu respondendo entre dentes, de costas para ele e só pensava: mas quem é este que está para aqui a chatear?

A conversa continuou, entre ele, o Rui (que trabalhava comigo) e com a gerente. E eu a ignorar toda a gente, de volta do trabalho.

Quando o homem e a gerente se foram embora, virei-me para o Rui e perguntei: quem é este? Responde o Rui, a rir à gargalhada (quase em lágrimas de tanto rir)

Ninguém importante... era só mesmo o presidente do conselho de administração!

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

A Magda escreve aqui e aqui

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Tema #3 - Insensato

30
Set19

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Pelo que ao ler, não deixe de abrir as hiperligações.

Ao longo dos anos, a vida de professor tem-se revelado stressante, associada a percursos deambulantes, com propósitos dúbios. Assim o dita um Ministério insensível, intolerante, inerte, incapaz e desatento à saúde dos seus atores.  Os dias de tranquilidade parecem não se avistar, tal é Esta Vida de Marinheiro. Por vezes, por forma a avaliar o nosso humor, já que os deuses devem estar loucos, há Azar na Praia.

A vigilância de exames é uma das minhas aventuras intermináveis. O mutismo forçado e a postura “hirta”, sem nada de estimulante, qual Amocha Maria. A ansiedade instala-se, pois ver alunos em sofrimento sem nada poder fazer não me é fácil. Dias em que, Não tem Talo o Grelo.

Naquela manhã, o calor fazia-se sentir, adivinhando-se não encontrar quem dissesse: “Eu Descasco-lhe a Banana”. Após o duche, decidi vestir uns calções confortáveis, aparentemente adequados, apesar de ter emagrecido. Ao sair de casa, já atrasado, eis que a minha mãe retorquiu: 

– É melhor pores cinto! Vais-te arrepender. 

Não, ela não podia ter razão. Eu até vesti as cuecas, pelo que nada abanava, à exceção das gorduras localizadas. Dirigi-me para o carro e logo me pus a caminho da Escola Secundária. Ao chegar, um dilema: estacionar entre dois carros ou ficar “à vontade”, a uns metros de distância? Hummmm... Ao avistar dois espaços livres contíguos, torto daqui e direito dali, lá deixei o instrumento móvel. Troquei os óculos de sol pelos graduados e com o meu estilo teen sai em “grande estilo”. Isto porque I’m to Sexy para um Corsa de 92.

Em mim, os focos dos raios de luz, qual estrela de cinema assustada. Subitamente, deparei-me com os meus calções entre as nádegas e os joelhos, agarrados num ato irrefletido, por uma mão. A cena, ao estilo American Pie, da perspetiva do “passeio dos doutores”, terá dado a ideia de que estava a chegar ao clímax. Pelo menos, não fiquei com o pénis entalado na porta, vidro ou fecho eclair. Que sensação, Everybody. Durante a vigilância, aquele aperto. Ufa, aquele Pau da Roupa deu trabalho.

Imagem https://www.duniverso.com.br/tirinhas-engracadas-xv-reciclagem/

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

Insensato escreve aqui

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Tema #3 José da Xã

30
Set19

Nunca conhecera verdadeiramente o medo. Nem mesmo naquela manhã em que fora chamado ao Director da escola. Sentira-se temeroso é certo, mas medo, medo não tivera.

A não ser naquela vez... Aí sim fora uma experiência inolvidável.

Era já noite cerrada quando Malquíades e o amigo Andrelino entraram no salão de baile, cheiinho quase até à porta. Com dificuldade foram passando por entre os espectadores até encontrarem um local mais aprazível de forma a perceberem o ambiente… feminino.

Na pista uns amigos viram-nos e sorriram. Ao intervalo juntaram-se todos no bar. Como de costume Malquíades mantinha-se em silêncio. Uma ou outra rapariga metia-se com ele, mas raramente respondia.

De repente apareceu junto do grupo uma jovem muito bonita que pediu a outra qualquer coisa. Ambas falaram, mas pouco se percebia tal era o barulho ambiente. Desconhecida de quase todos foi naturalmente apresentada. Quando chegou a vez de Malquíades, aquela pareceu estremecer tal a forma como ele a olhou. Os seus olhos verdes amendoados denunciavam alguém sereno e confiante.

Quando a música recomeçou as raparigas regressaram ao salão levando os rapazes atrás. Já dançavam alguns pares quando Malquíades convidou a rapariga que chegara no fim, para dançar. Esta acenou que sim e ambos dançaram um longo “pasodoble”.

Logo veio outra moda e mais uma e o par não se desfez. Os amigos admiravam-se com Malquíades. Entretanto novo intervalo.

- Parceiro… toma cuidado que essa com quem andas a dançar é casada… - avisou Andrelino.

Entretanto Malquíades percebeu que o seu par abandonava o baile sem dizer nada. Mas antes de sair a jovem procurou no meio da multidão o olhar do rapaz. Sem mais este declarou:

- Não esperes por mim.

Andrelino abriu os olhos de espanto.

A noite estava muito fria. Corria uma aragem forte evidenciando o cheiro a terra molhada. Malquíades percebeu ao longe, sob a luz de um candeeiro donde emanava uma luz mortiça, a figura esbelta do seu par. Devagar, como se andasse a passear perseguiu a bela jovem aproveitando a penumbra. De vez em quando esta parava aguardando que o rapaz ganhasse algum terreno. Ao chegar ao portão fez um breve compasso de espera e olhou para trás. Finalmente entrou na singela moradia.

Malquíades aproximou-se serenamente e preparou-se para entrar na casa.

De súbito sentiu uma mão forte a agarrá-lo no ombro, enquanto uma voz pujante gritava ao seu ouvido:

- Ah bandido que te apanhei!

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

José da Xã escreve aqui

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tema #3 Charneca em Flor

30
Set19

Alegria contida

Todos os anos, em Setembro, recordo, com carinho, um dos momentos mais felizes da minha vida.

O Verão de 1992 foi, para mim, o mais longo de sempre. Durante esses meses esperei, ansiosamente, pelos resultados do concurso de acesso ao ensino superior. Todos aqueles que me eram próximos, família e amigos, davam-me força fazendo-me acreditar que o meu ingresso no ensino superior era quase certo mas, parte de mim, receava que eles não tivessem razão.

Nesse ano distante, a internet ainda não tinha sido democratizada. Aliás, a rede que comanda a nossa vida, pouco mais era que uma criança. Por isso, nos idos de 90, os candidatos a universitários tinham que se deslocar à sede do distrito e procurar o nome nas pautas de colocação.

Assim, no dia marcado pela manhã, eu e as minhas amigas lá fomos, alegremente, de autocarro até Santarém. Os resultados eram afixados no Instituto Politécnico. Era preciso andar um bom bocado a pé, e a subir, para lá chegar. A nossa excitação nem nos deixava sentir o cansaço. Lá chegadas, foi cada uma procurar o seu nome.

Ainda consigo sentir a mesma emoção que me invadiu naquele momento em que li a palavra “colocado" à frente do meu nome. Com o coração aos pulos, fui procurar as minhas amigas Infelizmente, só uma delas, a Catarina*, é que tinha entrado. Eu e ela nem sabíamos como agir. Afinal, nós queríamos extravasar a alegria por termos conseguido realizar o nosso sonho mas isso contrastava com a desilusão de quem não tinha alcançado esse objectivo. Nós tínhamos vontade de chorar de alegria mas havia outros rostos molhados com lágrimas de desgosto. Eu e a Catarina* tentámos controlar a nossa euforia para não as magoarmos.

A viagem de regresso pareceu mais demorada que o normal. Faltava a alegria despreocupada da manhã. Só quando chegámos à  nossa terra, e conseguimos ficar sozinhas, é que demos largas à  nossa felicidade. Corremos até à minha casa, que era mais perto para contarmos à minha mãe. Eu tive a ideia de lhe pregar uma partida dizendo que não tínhamos entrado. Ainda tentámos “mentir" mas, assim que chegámos à porta, desatámos a rir desalmadamente como só se consegue rir aos 18 anos. A minha mãe nem precisou de perguntar porque descobriu, facilmente, a resposta. E foi ali, na soleira da porta, que pudemos libertar a alegria que tinha estado contida durante todas aquelas horas.

 

*Nome fictício, personagem real

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

Charneca em Flor escreve aqui

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Tema #3 Inês Pereira

29
Set19

No que diz respeito a aventuras memoráveis e marcantes, tenho a sorte de ter vivido umas quantas, daquelas que contadas, ninguém acredita e outras que nem se pode contar mesmo para não chocar ou não permitirmos julgamentos sobre a nossa conduta ou carácter.

No entanto, quando penso melhor no assunto, constato que a grande aventura da minha vida foi ter-me apaixonado. Haverá algo que marque mais na vida das pessoas? Os amores que temos o privilégio de viver são repletos de ensinamentos, emoções, situações e até desilusões. Por muito imperfeito que seja esse amor, a vida não tem graça sem ele. Mesmo quando não experimentamos o final feliz dos contos de fadas, ganhamos com o acto de viver esse amor.

Diz, a sabedoria popular, que não há amor como o primeiro, e para mim, além de primeiro, é o único que vivi até à data. Já me apaixonei depois disso, mas amor não voltei a sentir. Não sei se será por isso, mas essa aventura que começou na adolescência tem repercussões em mim de formas que, por vezes, nem reparo.

A aventura acontece quando uma menina, com muita mania e que aparentava saber muito sobre a vida, se apaixona por um rapaz pouco recomendável, mais velho e com pouca disponibilidade para assumir os riscos que uma relação implica. Mas que, ainda assim, não eram muito capazes de contrariar a vontade de estar juntos quando os caminhos se cruzavam.

Nesse lugar, onde me encaixava perfeitamente, vivi alguns dos melhores e dos piores momentos da minha vida. Hoje, só resta a lembrança doce desse amor e essa lembrança é suficiente para que não guarde ressentimentos nem arrependimentos, e que continue a acreditar no poder transformador do amor. Existirá melhor aventura para se viver?  

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

Inês Pereira escreve aqui

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Tema #3 Ana Sofia Neves

29
Set19

No penúltimo dia de férias, como planeado anteriormente, lá fui eu a Coimbra levar a 1ª pica na nádega direita. Seguiu-se um dia de praia incrível com tudo a que tive direito.

No dia seguinte, dia de regresso a casa e passagem por Coimbra para a 2ª pica, desta vez na nádega esquerda. O meu rabo, nesse dia, valia milhares de euros, tinha um rabo que era uma preciosidade ;).

Seguiu-se a chegada a casa e os afazeres do regresso das férias. A somar a isto, tive que fazer uma malinha minúscula, apenas com o essencial para ir passar os próximos ¾ dias no quarto do castigo, totalmente isolada, para o tratamento com iodoterapia (Iodo 131).

Cheguei em jejum, tomei as “bombas”, despedi-me dos meus entes e lá fui eu para o quarto do castigo, ou melhor, uma suite toda ela forrada com papel aderente, assim como o wc. Duas janelas trancadas, uma cama, uma tv e mais nada. Tinha regras bem definidas, como puxar o autoclismo pelo menos 3 vezes, quando batiam à porta para me trazerem a alimentação ou para me medirem a radiação tinha que ir para o local mais afastado do quarto e fazer bochechos com sumo de limão para facilitar a salivação (esta foi a parte que menos me custou, pois adoro limão).

É claro que aqui a menina tinha que ter os efeitos secundários todos a que tinha direito e mais alguns, incluindo vomitar, dor e inchaço nas glândulas salivares e espasmos. Foi um pincel para me irem colocar o soro, pois não me conseguia alimentar. Que filme!

Passado 3 dias lá vou eu para casa, com indicações de não me aproximar das pessoas e estar a pelo menos 2metros de distância, comer e beber em utensílios descartáveis que depois iam para o lixo e evitar estar no mesmo compartimento que outras pessoas... O meu marido foi-me buscar numa carrinha, ele à frente e eu o mais longe possível nos bancos de trás. Quando não podemos é quando nos apetece abraçar, falar, rir, brincar... Sentia-me um alien, mas apenas estava radioativa. Este pesadelo durou 10 dias.

Este momento marcou-me muito e todos os dias, além de só dar valor ao que e a quem realmente interessa, a primeira coisa que faço quando acordo é abrir a janela, meter a cabeça de fora e snifar o ar frio e agreste para sentir que estou bem e acima de tudo, viva!

 

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Ana Sofia Neves escreve aqui

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Tema #3 - Inês Norton

29
Set19

Como é? - pergunto-me ela com seu ar curioso e doce

Como é o quê, princesa? -devolvi, não percebendo

Onde voava a sua infantil imaginação.

Como é que se sente quando vivemos uma aventura,

Ou sabemos que estamos a sentir um momento especial

Calei uns instantes e depois pus-me a contar

É como a onda que beija a areia, é a bolha que sobe na bebida

A bola de sabão que é embalada no vento

É o coração que te martela o peito

É o sorriso que te enche a cara

É o brilho mágico no olhar

É a lua é o céu é o marcante

É seres pequena e sentireste gigante

É dormir e só ter sonhos bons

É um carinho, um abraço um beijo

É sentires as emoções

Vibrarem em ti e aflorarem a pele

E acreditas que o mundo é bom e que

Todos podem ser felizes

É teres um calor que te anima

É tudo isto ao mesmo tempo

E melhor que tudo Amor,

É grátis, vem de dentro de ti

E podes gozá-lo sem fazer mal a ninguém

E vou-te contar um segredo:

Sabes quando eu vivo momentos e aventuras assim?

Sempre que estou junto a ti.

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

Inês Norton escreve aqui

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Tema #3 Drama Queen

29
Set19

Vou contar como foi o meu pedido de casamento estou noiva há 3 anos não penso em mudar esta condição tão cedo não é por faltar o amor mas casar é caro, não é um papel que muda o que sentimos, depois de 2 anos juntos temos os mesmos direitos talvez quando comprar bens em comum! Tipo uma casa vejo vantagens no casamento quando é o divórcio de resto não vejo vantagens no casamento!

Estávamos de férias e repetimos o sítio que não é uma coisa que eu goste muito porque existe tantos sítios maravilhosos para visitar. Mas Milfontes é Milfontes existe um factor que faz ser opção a repetir deixamos o carro estacionado tudo o que precisamos está ali ao pé.

Chegada a hora de jantar ele me conduziu a um sítio onde deveríamos visualizar um romântico por do sol, o local que ele tinha imaginado ser idílico como nos filmes e acima de tudo perfeito... só que não houve pôr do Sol estava nublado nada estava a correr bem para o lado dele até porque os nervos não estavam ajudar, pareciam uma pilha de nervos.

Então leva-me para o passeio ajoelha-se e joga o anel como se fosse uma bomba relógio para minha mão (eu sei, tu és dramática quanto baste) nem sei como não o deixei cair o anel não estava preparada apesar de já estar a espera há 3 anos deste momento, está bem, está bem há 2 anos se calhar uma vida inteira por aquele momento, ele lá se consegui recompor disse as palavras “queres casar comigo?” eu disse “Claro, já não vou para nova”, claro que demos um beijo muito apaixonado, um abraço forte, lá consegui enfiar o anel no dedo, ele tem mérito o anel nunca experimentei anéis com ele é mesmo a minha medida, eu tenho dedos fininhos.

A seguir fomos jantar num restaurante com muitas críticas positivas, sinceramente não era nada de especial o menu mas o preço foi bem especial, tinha sido reservado uns dias antes. Nós os dois juntinhos a conversar, ele pensava como eu sou uma Maria Chorosa, que ia chorar até desidratar até chegou a sobremesa olhei para o anel brilhante e novo pensei que sorte que eu tenho de existir uma pessoa amar assim comecei a chorar descontroladamente no restaurante a sorte que nos deram uma mesa foleira estávamos voltados para copa da cozinha. Foi assim um dos dias mais feliz da minha vida.

 

Tema da semana: Uma aventura/momento que te tenha marcado

Drama escreve aqui

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